A convite da Entidade de Turismo do Porto e Norte partimos à descoberta de Terras de Bouro, e do que a localidade em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês, tem para oferecer.
A iniciativa inserida nas Jornadas Gastronómicas Gerês-Xurês teve como foco a gastronomia local. Mas, também a descoberta das maravilhas naturais e culturais do Gerês. De realçar o envolvimentos de alguns bloggers da Associação de Bloggers de Viagem Portugueses que aqui estiveram presentes.
A nossa primeira paragem nestas jornadas foi a localidade de Terras de Bouro. Que é também ‘a porta de entrada do Gerês’ como disse o Exmo Senhor Presidente da Câmara Manuel Tibo.
Onde ficar alojado em Terras de Bouro
Engane-se quem pensa que o Gerês, em especial Terras de Bouro têm pouca oferta de alojamento.
Desde casas para famílias completas a hotéis existe um vasto leque de opções para todos os tipos de viajantes.
Para nossa estadia em Terras de Bouro, fomos divididos em dois grupos, por dois hotéis diferentes. Os hotéis escolhidos foram:
- Hotel Universal
- Hotel Adelaide
O Hotel Universal foi onde ficamos, situado nas Termas do Gerês. Aqui estávamos em pleno coração do Parque Nacional Peneda-Gerês.
Visto de fora o edifício do hotel, em tons de rosa, deixa muito a desejar. No entanto, basta entramos que mudamos logo de ideias e ficamos surpreendidos.
O largo átrio da entrada, contrasta com o teto envidraçado que deixa entrar a luz natural. Em todo o redor quer das escadas, quer das varandas existem plantas. Por momentos, sentimo-nos numa floresta tropical, adoramos esta ideia e imediatamente sentimo-nos relaxados.
O nosso quarto, com as comodidades básicas ideal para passar a noite e descansar no sossego do Gerês.
O hotel possui um restaurante, a Adega Regional onde se pode saborear a gastronomia local. Existe ainda a possibilidade de organização de passeios à serra, utilização de SPA e clube de saúde, visita a museus e passeios de barcos. Tudo isto mediante marcação.
O Hotel Universal também teve que se adaptar aos tempos em que vivemos, a maior diferença talvez seja no pequeno-almoço. Embora, continue a existir grande variedade de produtos, somos servidos pelo staff do hotel, para isso basta indicar o que queremos.
O uso de máscara é obrigatório em todos os espaços comuns, a desinfeção das mãos sempre que se entender e o distanciamento de segurança está devidamente indicado.
Onde comer em Terras de Bouro
Se quer desfrutar de um belo repasto, o Gerês é o sítio certo. Não que todo o nosso país seja escasso de gastronomia fantástica. Porém, e todos os nossos amigos do Sul dizem isto, no Norte as quantidades de comidas são um exagero.
Uma vez que estávamos numas Jornadas Gastronómicas o intuito foi mostrar e saborear os melhores petiscos da região.
Eis alguns dos locais que satisfizeram as nossas delícias por Terras de Bouro:
- Quinta da Portela do Homem
- Restaurante o Vaticano
- Petiscos da Bó Gusta
Ainda mal tínhamos chegado a Terras de Bouro e um jantar divinal já nos esperava. O local escolhido? A Quinta da Portela (Pensão Rio Homem).
Para chegar à Quinta percorremos alguns metros a pé por um pequeno caminho de acesso. Talvez ideal para abrir o apetite. A Quinta da Portela para além do restaurante com duas salas possuí também alojamento próprio para quem quer descansar no sossego do Gerês.
Falando da especialidade da casa, o cozido de feijão com couves é sublime. Um pouco diferente do cozido que estamos habituados.
Este é composto por feijão amarelo e couves-galegas da região. Diversos tipos de carne, como a de porco, compõe o cozido e o fumeiro não falta. Não há qualquer refogado na confeção e as couves cozem junto com os restantes ingredientes.
Claro, que nem vale a pena dizer que a quantidade é em demasia. Outros pratos disponíveis no menu são as papas de sarrabulho com rojões à minhota e o cabrito assado à padeiro (em forno de lenha).
A Quinta tem ainda produção de vinho verde tinto próprio, ‘Adega do Cavacadouro’, que tivemos o prazer de visitar.
Virem a Terras de Bouro o não irem ao restaurante ‘O Vaticano’ é quase um pecado. Depois do almoço prolongado o restaurante facilmente entrou para o nosso top de locais para tragar uma boa refeição.
O ambiente familiar e o aspeto rústico da decoração ajudam ainda mais a gostarmos tanto do local. As entradas são inúmeras que a certa altura já pedíamos para pararem de trazer mais.
Distingue-se no prato principal, a canoa de bacalhau à Vaticano e o cabritinho assado da Serra do Gerês, tão tenro que se desfaz na boca.
A juntar a estas pratos, no menu estão ainda, as espetadas de gambas com lulas, os medalhões de lombo de boi com frutos secos, o tronco de vazio com massa à lavrador e o nispo de vitela com arroz de grelos e feijão.
Para finalizar a nossa degustação dos produtos regionais em Terras de Bouro, foi-nos oferecido um Lanche dos Pastores, no Miradouro da Pedra Bela.
Toda a comida preparada veio do restaurante ‘Petiscos da Bó Gusta, localizado no centro da vila do Gerês.
O local é bastante conhecido, oferendo o mais variado menu. Entre os petiscos estão as tapas e o caldo no pote.
Não fossemos nós estar tão satisfeitos com todos estes petiscos teríamos degustado um pouquinho mais.
De qualquer maneira, ficam já a saber que no Gerês ninguém passa fome. Aliás talvez seja melhor prepararem o estômago uns dias antes porque assim que estiverem por aqui, vai ser muita e boa comida.
Vilarinho das Furnas
Depois da receção de boas-vindas foi tempo de avançarmos e conhecermos um pouco mais do que o Gerês tem para oferecer.
Onde existe hoje a Barragem de Vilarinho das Furnas, situava-se outrora a aldeia com o mesmo nome.
Embora os habitantes da aldeia comunitária tivessem lutado contra a construção da barragem, nada puderam fazer para impedir e assim, em 1971 ficou submersa.
Porém, pode-se ainda ver as ruínas da carismática aldeia, por entre as águas do rio Homem. Não existe uma altura exata para o tal, mas, normalmente se o verão for seco no final da estação, início de outono, ficam visíveis.
Os muros, casas e caminhos estão ainda bastante preservados. Desta vez não tivemos sorte e não conseguimos ver as ruínas da pequena aldeia.
No entanto, a visita à barragem vale pela paisagem envolvente. Para nós, ficamos até a imaginar como seria a vida dos habitantes da aldeia de Vilarinho das Furnas.
Dica: Para quem vai visitar as ruínas (quando estas estão visíveis), deverá estacionar próximo da barragem e fazer um percurso de cerca de 2 km a pé, numa estrada em terra até alcançar a antiga aldeia.
Museu Etnográfico de Vilarinho de Furnas
Para quem quer conhecer mais um pouco da história de Vilarinho das Furnas tem obrigatoriamente que passar pelo Museu Etnográfico.
Este local erguido pela vontade popular, salvaguardou o património etnográfico da submergida aldeia. Desta forma, todos nós podemos conhecer Vilarinho das Furnas, nem que seja pela sua história.
O espólio no interior do museu é do mais variado. Está dividido em partes, representando aspetos da vida diária da comunidade, com utensílios usados, ferramentas e fotografias.
A nossa visita guiada começou na parte inferior do edifício, alusivo às casas típicas. O andar térreo seria então usado para guardar gado e a recolha de máquinas agrícolas. O andar superior funcionaria como habitação.
Vilarinho das Furnas era uma comunidade agro-pastoril. Embora, a existisse os ofícios tradicionais como, o sapateiro, o carpinteiro e o artesão.
Na antiga vila existia a Junta, onde todos os assuntos relevantes para a comunidade eram discutidos. O líder da Junta (chamado de zelador ou juiz) era escolhido pelos homens casados. A restante Junta era composta por um elemento de cada família (normalmente homem), perfazendo 6 no total.
A última Junta realizou em 1970, pouco antes da construção da barragem que deixaria a aldeia submersa.
O museu alberga ainda exposições temporárias e atividades como a realização de uma Desfolhada Tradicional da Região de Vilarinho da Furna.
A visita ao museu é um misto de sensações, em que a tristeza pela perda duma comunidade sustentável é evidente.
Vila do Gerês
O dia amanheceu soalheiro e nós aproveitamos para um passeio na vila do Gerês. A localidade encontra-se situada nas encostas da serra e a paisagem envolvente é extraordinária.
A vila é atravessada por uma única rua principal, onde estão dispostos a maioria dos edifícios. Muitos ligados ao turismo, como hotéis, restaurantes, lojas de comércio, entre outros. As Termas do Gerês será talvez o mais atrativo em termos turísticos, da vila.
Em tempos, os termalistas rumavam a este local para aqui efetuam os seus tratamentos termais. Hoje muito do fiel público das termas ainda volta.
As águas, dizem ter propriedades curativas e o certo é que enquanto estivemos na Fonte da Bica, o fluxo de habitantes e turistas para beber da água foi grande.
Apesar de pequena a vila do Gerês é bastante acolhedora e vale bem o passeio a pé pela rua principal.
Pastéis de Santa Eufémia
Para quem desconhece, Santa Eufémia é a santa padroeira do Gerês. Dá também nome a uma das igrejas situada na Vila do Gerês e aos deliciosos pastéis.
Os pastéis de Santa Eufémia são uma receita bem guardada do Hotel Central Jardim. Está localizado apenas a 20 metros das Termas do Gerês, e é um hotel ainda muito tradicional.
Numa das paredes externas, pintada a verde, estão duas enormes flores (talvez a representar o nome do hotel). O hotel datado de finais do século XIX, já sofreu várias requalificações.
Quando em 1966 foi adquirido pela família Silva, iniciou-se a produção dos pastéis de Santa Eufémia. Assim sendo, o objetivo da nossa visita seria mesmo presenciarmos a confeção.
Quem nos recebe é o cozinheiro, José Maria, que há 30 anos trabalha cá e é responsável pelos pastéis de Santa Eufémia.
Conta-nos que a receita foi inicialmente trazida pelo pai do proprietário do hotel. Eram sobretudo pensados como oferta aos clientes do hotel.
O intuito nunca foi tornar-se algo industrializado, e por isso, mantêm-se a confeção artesanal até aos dias de hoje. Esta teimosia do proprietário do hotel, agrada-nos, é algo ainda muito tradicional, passado de geração em geração.
A receita, não tendo nenhum segredo especial vai sendo transmitida às novas gerações de cozinheiros do hotel, estando hoje, o cozinheiro Filipe no comando da confeção.
Claro, que depois de assistirmos a tudo não podíamos sair do Hotel Central Jardim sem provar os pastéis. O veredito foi positivo, são muito bons, a massa estaladiça do exterior contrasta com o leve e doce recheio.
Para quem está curioso e quem comprar, os pastéis de Santa Eufémia apenas podem ser adquiridos no hotel. E como a produção artesanal é limitada o melhor mesmo é encomendar.
Central Meleira da Vila do Gerês
O Gerês é também sinónimo de mel e como tal, não podíamos deixar de visitar uma unidade de produção.
Um pouco acima do centro da vila do Gerês, nas encostas da serra, está a Central meleira do Gerês. Pertence ao Sr. Miguel Martins, e é uma unidade de produção primária de mel.
O Sr. Miguel é um dos produtores com maior sapiência na zona, fazendo parte de cooperativas e associações que visam estratégias de desenvolvimento para a produção e divulgação do mel do Gerês.
É considerado um apicultor profissional, uma vez que possui mais de uma centena de colmeias, espalhadas por vários pontos.
Explica-nos um pouco do processo de produção do mel até este chegar às nossas casas. Mas, não vamos contar muito aqui porque este local merece, sem dúvida, uma visita. Nós achavamos que percebíamos bastante sobre a produção de mel, mas, o Sr. Miguel mostrou-nos muito mais.
Este ano, e devido à meteorologia quase todos os apicultores tiveram quebra nas produções. A extração em julho e setembro foi muito menos do que o esperado.
Para nos turistas/visitantes é essencial apoiarmos estes pequenos produtores. A qualidade dos produtos é bem visível, o Sr. Miguel possui mel de diversas qualidades, talvez o mais usado seja o de urze, mas, são todos maravilhosos.
Portanto, se estiveram por aqui, não saiam de mãos a abanar.
Miradouros
Repleto de paisagens estonteantes, o Gerês, não só possuí cascatas e lagoas, mas, também miradouros. Estes auxiliam-nos a apreciar o património natural da região.
Serpentear pelas estradas do Parque Nacional Peneda-Gerês é também parar em muitos dos miradouros, alguém a poucos metros de distâncias.
Uma vez, em Terras de Bouro não podíamos deixar a oportunidade passar. Dos mais populares nesta região podemos contar:
- Miradouro da Pedra Bela
- Miradouro do Bom Jesus das Mós
- Miradouro da Junceda
- Miradouro da Boneca
- Miradouro da Fraga Negra
- Miradouro da Cascata do Arado
- Miradouro da Roca
- Miradouro de Brufe
- Miradouro de Chamoim
- Miradouro do Mirante
De tantos miradouros, apenas visitamos dois: o do Bom Jesus das Mós e o da Pedra Bela.
O primeiro situado na freguesia da Carvalheira, fica entre as Serras da Amarela e a do Gerês. Na pequena colina onde enquadrado temos uma esplêndida vista situada a sudoeste de Campo do Gerês.
Na linha do horizonte está o mar em Viana do Castelo, à retaguarda o Monte das Mós, a panorâmica mostrar-nos todas as aldeias circundantes da ribeira do Homem.
O miradouro alberga a estátua do Bom Jesus das Mós. Erguida pelo Padre Manuel José Martins Capela, entre 1842 e 1925. O monumento é uma singular homenagem ao Sagrado Coração de Jesus, e assemelha-se a uma torre de menagem de um castelo.
Obviamente que não podíamos sair daqui sem visitar o miradouro mais famoso do Gerês, o miradouro da Pedra Bela.
Sendo dos mais conhecidos do concelho, é talvez dos mais visitados e para nós o que apresenta melhor beleza cénica. Todas as vezes que lá fomos acabamos surpreendidos.
Situado e 829 metros de altitude, podemos observar todo o vale do Gerês, com as pontes do Rio Caldo como pano de fundo e a albufeira da Caniçada.
O local não é só ideal para contemplar as paisagens naturais como também refrescar na sombra dos cedros e bétulas, uma vez que dispõe de uma pequena fonte e várias mesas para merenda.
Mata da Albergaria
A Mata da Albergaria é das mais icónicas e importantes a nível nacional. Estava nos nossos planos para visitar, mas a meteorologia trocou-nos as voltas.
Com o fim-de-semana de temperaturas elevadas e risco de incêndio, não nos foi permitido atravessar a Mata de carro.
Ainda assim, não podíamos deixar de referencia-la. Aliás, talvez a Mata de Albergaria é que acabou por dar o título de Parque Nacional a este território.
Constituída maioritariamente por carvalhal secular, com espécies caraterísticas da fauna e flora do Gerês.
A Via Romana, com ruínas das suas pontes e outras evidências estão também por aqui para serem descobertas.
A Mata de Albergaria é também Reserva Biogenética do Continente Europeu. A escassa presença de visitantes até há bem poucos anos contribuíram para a qualificação. Infelizmente, nos últimos anos a massificação turística trouxeram problemas irreversíveis para este frágil ecossistema.
Medidas drásticas têm sido tomadas, em união com os vários municípios e entidades locais. É fundamental que todos nós possamos cumprir as regras para não prejudicas mais este local.
Algumas das medidas em vigor são:
- a limitação de velocidade de circulação para 40 km/hora;
- o não estacionamento de veículos na zona da Mata;
- proibido o trânsito motorizado aos fins-de-semana de verão e feriados (exceto a residentes, viaturas que se dirijam de e para a fronteira)
- nos dias úteis a circulação está autorizada mas, o PNPG poderá estabelecer limitações, desde que se justifique
- Veículos pesados estão interditos (salvo exceções, por exemplo, para veículos cuja lotação seja inferior a 25 lugares).
Ainda que haja estas restrições, é necessário que todos os que visitam a Mata de Albergaria sejam responsáveis. Já sabem, não deitar lixo para o chão, não recolher plantas, não fazer fogos e caminhar sempre nos trilhos assinalados.
São Bento da Porta Aberta
Embora estivesse nos nossos planos, acabamos por não fazer uma paragem em São Bento da Porta Aberta.
No entanto, o santuário é muito procurado, sendo o segundo maior a seguir ao de Fátima. O padroeiro é São Bento de Núrsia.
Aquando da sua construção em 1615 era apenas uma pequena ermida. O atual edifício é recente, datado de finais do século XIX. A construção foi iniciada em 1880 e só foi concluída em 1895.
Mas, porque o nome de São Bento da Porta Aberta? Isso, deve-se ao fato de quando ainda era ermida as portas estarem sempre abertas e, servirem de abrigo aos viajantes.
Para ser elevado a Basílica teve que sofrer obras de requalificação. Em 2013 essas obras aconteceram na capela mor, melhoramentos na iluminação e delimitação foram realizados. O Papa Francisco, em 2015, em comemoração dos 400 anos de existência, declarou o santuário, Basílica.
De realçar ainda que as peregrinações ao São Bento da Porta Aberta são tão importantes que foram traçados vários caminhos para facilitar a locomoção dos peregrinos.
Centro Náutico de Rio Caldo
Na nossa aventura pelas Jornadas Gastronómicas, em Terras de Bouro não podíamos deixar de descobrir um pouco da paisagem natural.
Como o tempo permitiu fomos convidados para um passeio de barco.
O Centro Náutico de Rio Caldo é a infraestrutura de apoio para esta e todo o tipo de atividades aquáticas.
Aqui encontramos uma marina que possui cerca de 150 lugares de ancoradouro, rampa de acesso e recolha de embarcações, um café com esplanada e ainda estacionamento.
Degustação de produtos típicos
Chegados ao Centro Náutico do Rio Caldo, foi tempo de conhecermos um pouco mais sobre os produtos típicos.
Diversos produtores e comerciantes locais deram-nos as boas-vindas e mostraram-nos o que melhor sabem fazer.
Alguns dos produtos nesta mostra incluíram empresas, tais como:
- Sabores do Bosque
- Monjas Cistercienses
- Licor de Mel do Gerês
A empresa Sabores do Bosque, apesar de só ter iniciado a produção e comercialização em 2012, conta já com muitos clientes fiéis.
Localizada em Ervedeiros, Terras de Bouro, vendem framboesas, morangos, mirtilos, compotas, licores, mel, marmeladas, biscoitos e até bolo para aniversários e festas em geral.
Todos os produtos saem diretamente aqui do Gerês. E ainda desenvolvem atividades pedagógicas e workshops.
Os produtos biológicos das Monjas Cistercienses captaram logo a nossa atenção. Instaladas há 15 anos em Rio Caldo, as Monjas dedicam-se acima de tudo à produção manual.
É um trabalho muito minucioso, que requer destreza e paixão pelo que se faz. Alguns dos produtos que podemos encontrar são as compotas, licores, bolachas e até produtos de cosmética. Claro, que não resistimos a trazer alguns connosco.
O Licor de Mel do Gerês, assim como é conhecido, é propriedade do Sr. Príncipe. Um homem multifacetado, que aproveitou a o mel da Serra do Gerês para a elaboração de licor.
O produto é certificado desde 2018. Quem não conhece que se apresse a conhecer pois o licor é muito bom. Desta vez até trouxemos duas garrafas de licor para casa.
Passeio de barco
O nosso passeio de barco fez-se a bordo da embarcação ‘Rio Caldo’. Este barco de recreio foi adicionado para passeios marítimo-turísticos e assim dar resposta à crescente necessidade deste tipo de serviços da região.
Dispondo de 54 lugares sentados, a embarcação de grande porte é confortável e respeita todas as medidas de segurança e higiene impostas.
Durante o nosso passeio na albufeira da Caniçada, as paisagens foram rainhas. Oferecendo uma perspetiva diferente das pontes do Rio Caldo, das praias, da barragem da Caniçada, do Santuário de S. Bento da Porta Aberta, é sem dúvida uma mais valia.
Ainda no decorrer do passeio de barco, foi-nos oferecido biscoitos beneditinos e licor do Gerês para degustação.
Apesar da curta duração da viagem, podemos ter uma visão diferente do que é o Gerês.
Sustentabilidade do Gerês
Até há bem pouco tempo o Gerês era um paraíso por descobrir. O turismo era escasso, ou limitado a público muito específico, tais como turistas que vinham fazer trilhos de caminhada.
Hoje o Gerês está cada vez mais procurado e isso trás encargos a toda esta região.
No ano de 2020 e por causa da situação atual que vivemos, face à pandemia, houve um boom de turistas no Gerês.
As notícias pela altura de verão davam conta de filas intermináveis de acesso a alguns dos pontos mais procurados. Com isto tudo houve também um aumento de acidentes e de danos irreversíveis causados na natureza.
Está o turismo de massas a arruinar o Gerês? Até quando vai o Gerês arcar com estas consequências? São questões que preocupam todos os habitantes do Parque Nacional e público em geral.
Em conversa com o Exmo Sr. Presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, este refere que é necessário criar infraestruturas de apoio.
No seu entender, não pode proibir as pessoas de se deslocarem ao Gerês. Porém, pode criar deveres que fomentem a utilização de espaços, como por exemplo, limitar o número de pessoas em certos locais.
Um outro problema é o estacionamento, e dado que o terreno nesta região não ajudar é importante que as pessoas entendam isso, e sejam civilizadas.
Aliás, muitos dos problemas da sustentabilidade, passe pela irresponsabilidade dos utilizadores dos locais.
Em suma, muito tem sido feito e se continuará a fazer em prol da sustentabilidade do Gerês. De qualquer maneira, todos nós estamos incumbidos de sermos turistas responsáveis. É fundamental todos trabalharmos em conjunto para a preservação ambiental e para que as futuras gerações possam usufruir dos locais que hoje visitamos.
Esta aventura por Terras de Bouro, a convite da Entidade de Turismo do Porto e Norte, inserida nas Jornadas Gastronómica Gerês-Xurês. Agradecemos toda a amabilidade e disponibilidade.