Convocados pela Comunidade Intermunicipal da região de Coimbr, aceitamos o desafio de redescobrir este pedaço de Portugal, um território que, apesar de familiar, nunca deixa de nos surpreender. Este desafio não é apenas uma viagem, mas uma missão de explorar, entender e valorizar a riqueza que reside neste canto do país.
Coimbra, a cidade que dá nome à região, é o ponto de partida desta aventura. Conhecida como a cidade dos estudantes, Coimbra é uma das mais antigas da Europa e uma das maiores de Portugal. É atravessada pelo rio Mondego, cujas margens embelezam ainda mais a cidade, e é lar da Universidade de Coimbra, uma das mais antigas e emblemáticas do mundo.
Neste roteiro de três dias, vamos mergulhar na alma de Coimbra e das suas terras serranas, explorando a sua história, cultura e paisagens. Vamos descobrir o que faz desta região uma das mais emblemáticas de Portugal, e porque, apesar da crescente despovoação, ainda pulsa com vida e tem tanto para oferecer.”
Dia 1 – Coimbra
Não é a primeira nem será a última vez que visitamos Coimbra. A cidade dos estudantes é uma das mais antigas da Europa e uma das maiores de Portugal. É atravessada pelo rio Mondego que das suas margens, ainda a torna mais bela.
Para visitar a cidade o melhor mesmo é andar a pelas pelas suas ruas e ruelas, só assim se pode conhecer mais da sua história.
Universidade Coimbra
A primeira Universidade portuguesa, uma das mais antigas do mundo e uma das mais emblemáticas da Europa, todo o seu espaço merece uma visita pelo menos uma vez na vida.
Desde 2013 que é considerada Património Mundial da UNESCO..
Estabeleceu-se em Coimbra em 1537, instalando-se no atual Paço das Escolas em 1544. No século XVIII recebeu um vasto conjunto de reformas, que construiu novos edifícios, alguns perduram até hoje como o Jardim Botânico ou o Laboratório Químico.
Já no século XX foram criados novos polos, espalhados pela cidade, onde desta forma são recebidos alunos de todos os cantos do mundo.
Todas as informações sobre o que visitar, programas, preços e horários podem ser consultados aqui.
Depois de alguma pesquisa, decidimos incluir no nosso bilhete, a Biblioteca Joanina, o Palácio Real, a Capela de São Miguel o Museu da Ciência – Laboratório Chimico.
A entrada na Biblioteca Joanina só é permitida a 60 pessoas de cada vez, por um período de 20 minutos e as fotos não são autorizadas, tudo pela conservação deste local tão especial.
Faltam-nos as palavras para descrever o seu interior, só mesmo vendo com os próprios olhos podemos ter ideia da grandiosidade. Arriscamos a dizer que foi dos locais mais incríveis que visitamos até hoje.
Algumas das curiosidades da Biblioteca Joanina é que reúne cerca de 70 mil volumes e existe uma colónia de morecegos que ajudam as controlar as pragas e desta forma à conservação de obras antigas existentes nas estantes da biblioteca.
Seguimos a viagem para a Capela de São Miguel, para entrar basta bater à porta e alguém do outro lado abrirá a porta. O seu interior é maravilhoso, mas o que nos chamou mesmo a atenção foi o orgão de estilo barroco, construído em 1733 que ainda hoje permanece funcional.
Próximo à Capela de São Miguel está o Palácio Real. Em 1131 era a primeira residência real portuguesa, habitada pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
O espaço está dividido em 3 salas: a sala de Armas, onde se guardaria as armas da antiga Guarda Real Académica. Na sala dos Atos Grandes, ou também designada de sala do trono, nela aconteceu eventos importantes da história de Portugal, como a aclamação do rei D. João I. Hoje em dia é usada para as cerimónias mais importantes da vida académica.
Por fim, a sala do Exame Privado que serviu como aposentos do rei e mais tarde onde os licenciados realizavam as suas provas.
Para terminar a nossa visita fomos ao Museu da Ciência – Laboratório Chimico. Este foi concebido para o ensio da química. Mais tarde foi também transformado em museu e no seu interior podemos ver vários objetos e exposições relacionados com a química.
Jardim Botânico
Pode até não ser das coisas mais populares em Coimbra mas, é das que mais nos surpreendeu. O jardim botânico pode ser visitado tanto de inverno como de verão, embora deverá ter mais afluência nos meses quentes, pela procura de uma sombra para refrescar.
A entrada e visita ao jardim botânico é gratuita.. Se pretendem dinamizar uma atividade no jardim botânico, esta mesma deve ser solicitada.
Para quem quer visitar o espaço com mais tempo, pode ainda requerer uma visita guiada ao jardim ou à estufa tropical.
Estendendo-se por mais de 13,5 hectares, os terrenos onde se encontra foi doados pelos frades Beneditinos. Hoje em dia, tem um papel ativo importante de complementar o estudo da História Natural e da Medicina da Universidade de Coimbra.
A parte do jardim que mais gostamos foi talvez a alameda das tílias, onde grandes tílias nos remetem para os passeios públicos de antigamente.
Ao longo da nossa caminhada pelo jardim botânico vimos vários estudantes, alguns a buscar inspiração para a sua escrita outros a aperfeiçoar a sua arte de desenho e pintura.
Museu Nacional Machado de Crasto
O Museu Nacional Machado de Crasto é um dos mais icónicos desta região. Abriu ao público em outubro de 1913, e uma das particularidades mais curiosas é que está construído sobre o criptopórtico de Aeminium.
Aquando da nossa visita, como havia várias salas do museu fechadas nesse dia, decidimos visitar só o criptopórtico. O preço do bilhete são 3€ por pessoa e recomendamos mesmo irem conhecer este local. A experiência de vaguear pelas passagens subterrâneas e imaginar como seria a vida naquela altura é inesquecível.
O criptopórtico é o edifício romano com maior área construída conservado em Portugal. Dizem também que é um dos mais belos e originais do mundo.
Nas suas longas galerias podemos encontrar traços caraterísticos da arquitectura romana. Em exposição estão diversas esculturas, espalhadas ao longo do percurso, como umas que retratam as imperatrizes Lívia e Agripina e outras dos imperadores Trajano e Vespasiano. Numa outra galeria, deparamo-nos com inscrições funerárias.
Ainda que não tenhamos visitado o museu há que realça que o mesmo é um dos mais importantes de belas-artes e arqueologia do nosso país. No seu interior guarda uma vasta coleção de pinturas, esculturas e artes decorativas.
Mosteiro de Santa Clara-a-Nova
Quem está por Coimbra sabe que é inconturnavél ouvir o nosso do Mosteiro de Santa Clara. Inicialmente erigido na margem esquerda do rio Mondego, as inundações constantes levaram à construção de um novo edifício num local próximo mas mais alto.
Uma das benfeitoras deste mosteiro da comunidade de clarissas era por Santa Isabel de Aragão, rainha de Portugal (esposa do D. Dinis de Portugal), que escolheu mesmo ser supultada aqui. É possível ver a sua sepultura no interior.
O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova é também chamado de Convento da Rainha Santa Isabel em homenagem à mesma.
O mosteiro abriga um dos maiores claustros do país. Combinamos assim a nossa visita com a entrada na igreja e claustros. O valor simbólico da entrada são 2€ por pessoa.
Não querendo desvalorizar o Mosteiro de Santa Clara-a-Velho, decidimos fazer uma pequena paragem antes de ir embora de Coimbra. É notorio o seu estado de degradação devido às constantes cheias.
No local existe um centro interpretativo com achados arqueológicos resultados das escavações e onde nos é dado a conhecer toda a sua história.
Ainda podes visitar
Apesar de não termos tido muito tempo, este roteiro de 3 dias pode facilmente ser ajustado de forma a usufruir de dias em cada localidade.
Assim e se ainda tiverem oportunidade não deixem de explorar:
- Rua Sofia;
- Convento de São Francisco;
- Portugal dos Pequeninos (para quem estiver com crianças)
Dia 2 – Tábua
No nosso roteiro de 3 dias por esta região focamo-nos nas várias freguesias e o que tinham ara oferecer.
O tempo foi escasso, e das 11 freguesias do concelho visitamos apenas a metade delas. Mesmo no centro de Tábua, tivemos a oportunidade de visitar a Capela do Senhor dos Milagres. Foi edificada no século XVIII e apresenta um estilo barroco rocaille. É de grande importância para esta povoação uma vez que recebe todos os anos a festa dedicada ao padroeiro. Foi classificada em 1956 edifício de interesse público.
Nas proximidades está situada a Igreja Matriz e o Jardim Sarah Beirão, dedicado à importante escritora e jornalista das décadas de 1930/1940.
O que não faltam são pelourinhos neste concelho. E para quem não sabe, um pelourinho ocupava bastante importância nos tempos antigos. Erigidos em lugar público, por norma em frente ao edifício da câmara, era onde se expunham e castigavam os criminosos.
Apresentavam-se sobre o formato de coluna de pedra ou madeira, e no topo tinham uma pequena casa em forma de guarita feita de grades de ferro.
No concelho de Tábua não podem deixar de visitar os seguintes pelourinhos:
- Pelourinho de Midões, na mesma freguesia;
- Pelourinho da Candosa, na freguesia da Candosa
- Pelourinho de Covas, ou Percelada na União de freguesias de Covas e Vila Nova de Oliveirinha
- Pelourinho do Couto de Midões, localizado em Midões.
Junto ao rio Mondego existem diversos vestígios de valor arqueológico, como a via romana, datada do século I. Prolongando-se numa extensão de 350 metros, a Via na altura desempenhava um papel de relevo, pois ligava as localidades de Santarém e Bobadela. Nas imediações está também as ruinas da ponte velha de Tábua, só visivel qual o caudal do rio está baixo e o miradouro da pedra da Sé.
A aldeia de Casal da Senhora é um marco para quem passa pelo concelho de Tábua. Nela está situada a Casa de João Brandão, personalidade muito conhecida por estas bandas.
Foi apelidado do ‘terror das Beiras’, acusado de inúmeros assaltos muitas vezes sem provas. Era amplo defensor da causa liberal, e chegou a ser vereador da Câmara de Midões.
Na aldeia que o viu nascer, a casa onde morou conserva ainda a cozinha com lareira e os restantes compartimentos cobertura e caixilharias de madeira. Junto à casa de João Brandão está o cruzeiro do século XVIII e a Capela da Senhora do Campo.
O nosso conselho é para deambularem pelas estreitas ruas e apreciarem um pouco da pacatez da aldeia que parece quase deserta. Pelo menos nós na nossa pequena caminhada, encontramos unicamente um miúdo que brincava junto da capela.
Midões e Póvoa de Midões
Sem querer sem injusta com as restantes freguesias de Tábua, Midões foi aquela que gostamos mais.
Pequena, debruçada em si própria, mas com um vasto património. Destacamos para uma rápida visita, a Ponte Romana de Sumes que não se sabe qual a data exata da construção, a fonte da Caricha, onde antigamente a população lavava a roupa e o Palácio de Midões, também conhecido como Palácio das Quatro Estações.
Pela proximidade, decidimos visitar também o Penedo oscilante ou Penedo C’abana, localizado em Póvoa de Midões.
Se querem ter as melhores vistas sobre o rio Mondego talvez seja aqui o melhor posicionamento. O Penedo Oscilante é um miradouro de referência, os acessos são bons e no local existe também mesas e bancos de apoio para quem quiser fazer um merendeiro.
O seu nome não é em vão, pois fazendo-lhe pressão em determinado ponto, o penedo de forma retangular ovalada oscila. Escusam de ficar alarmados porque um penedo de toneladas dificilmente cairia.
O que comer em Tábua
Sendo que o concelho está localizado em zona serrana e ainda se vive muito da agricultura, os produtos são genuínos e colhidos da terra.
De destacar os queijos e enchidos caseiros, entre eles o famoso queijo da Serra da Estrela. No que toca a confecção de pratos, as tradições gastronômicas antigas sempre em ênfase. O bucho à moda de Tábua não os conquistou, mas existe sempre a chanfana de cabrito, o arroz de fressura ou os torresmos que tanto adoramos.
Nesta região a gastronomia é sempre de grande variedade de sabores, cores e cheiros. São pratos que nesta altura do ano, com o tempo mais frio e chuvoso sabem maravilhosamente.
É sabido que temos boca doce, e claro não podíamos ir embora sem provar pelo menos um docinho. A oferta é grande entre o leite-creme, o arroz doce, o pudim de requeijão, o doce de abobora, o pão-de-ló, a tigelada à moda da Beira ou os carolos de Vila Nova de Oliveirinha a escolha é difícil.
Em Tábua os restaurantes são escassos, pelo que carece de reserva se querem ter lugar para jantar. Recomendamos o restaurante Verdelhão, no qual podem ainda usufruir do lounge bar. No menu estão os mais variados pratos e ainda os vinhos da região.
Percursos Pedestres em Tábua
Existem 3 principais percursos pedestres em Tábua.
Mesmo não tendo a oportunidade de experimentar todos trilhos no concelho de Tábua, deixamos aqui os principais. Numa visita mais prolongada é claro que iremos explorar estes trilhos.
PR1 – Caminho do Xisto de Midões
PR2 – Caminho do Xisto de Sevilha
PR3 – Rota das Pontes
No entanto, fomos tentar a nossa sorte num pequeno percurso, o trilho dos Gaios na aldeia homónima. Grande parte do percurso estende-se ao longo do rio Cavalos. No início do percurso há uma zona de lazer e a praia fluvial de Vale dos Gaios.
Infelizmente o percurso encontra-se degradado, não existindo as condições mínimas de segurança para efetua-lo. Ainda tentamos os primeiros metros no passadiço de madeira, mas, rapidamente desistimos, uma vez que em vários locais as tábuas estavam escorregadias e até mesmo partidas.
Não conseguimos confirma se posteriormente irá ser arranjado e assim, talvez para o próximo verão esteja ativo e com as condições de segurança garantidas.
Dia 3 – Oliveira do Hospital
Neste roteiro de 3 dias e pela proximidade a escolha recai em Oliveira do Hospital. Das suas 16 freguesia, tentamos explorar um pouco de cada uma delas.
Esta região é habitada há muito tempo sendo que os vestígios de outrora abondam pelo município. Os romanos passariam por esta zona, e descobriram a freguesia de Bobadela , na qual deixaram até hoje a sua marca.
As ruínas romanas de Bobadela são o exemplo da existência de um importante centro urbano romano. De grande valor histórico-arqueológico, podem ser visitadas livremente uma vez que a maioria das ruínas encontram-se no centro urbano.
Logo à entrada o imponente arco romano construído com grandes blocos de granito, chama a atenção de quem passa. Nas imediações está o anfiteatro, que nos deixa assas à imaginação de como seria as lutas entre gladiadores.
Foram aqui encontrados inúmeros artefatos de grande valor, como a cabeça esculpida em mármore branco de um imperador romano. Para perceber melhor todo este contexto sugerimos a visita ao Centro Interpretativo da Bobadela Romana, que gostaríamos de ter ido se não estivesse fechado.
Continuando a nossa viagem por Oliveira do Hospital, apercebemo-nos que o seu Núcleo Urbano ergue-se a Igreja Matriz, que conserva ainda três capelas antigas, entre as quais a Capela dos Ferreiros, ao estilo gótico e uma das raras capelas sepulcrais medievais. No adro da igreja está a maior tília do país.
Ainda sobre igreja de valor no concelho, durante as invasões árabes e estando estes presentes por estes lados, deixaram vestígios até hoje na forma de uma Igreja Moçárabe na freguesia de Lourosa.
Para nosso espanto, é a mais antiga igreja em funcionamento ininterrupto de culto cristão em Portugal. Vale a pena a visita mesmo que esteja a decorrer uma celebração, o exterior sobressai os arcos em ferradura e as janelas ajimez (geminadas), tudo uma influência árabe.
Apesar de não ser a melhor altura do ano para visitar demos um saltinho à praia fluvial de Alvoco das Várzea. Ficamos surpreendidos com as infraestruturas adjacentes e prometemos a nós mesmo voltar no verão. As cores outonais irradiam e a ponte medieval junto à praia cria um cenário digno de um filme. É uma ponte curiosa, com arcos desiguais, o tabuleiro em cavalete tem uma inclinação de 70 metros de altura e 4,50 metros de largura.
Patrimônio Romano
Em Oliveira do Hospital existe um vasto património romano espalhado pelas diferentes freguesias. Apesar de não termos perdido muito tempo a explorar cada um deste legado, deixamos os pontos principais como referência para quem esteja de passagem.
- Anta da Arcainha também conhecida por Dólmen de Seixo da Beira situada na freguesia homônima;
- Anta da Cavada ou Dólmen da Cavada, localizada em Fiais da Beira;
- Anta do Pinheiro dos Abraços, conhecido como Dólmen da Bobadela ou de Pinhal da Coitena:
- Dólmen de Curral dos Mouros ou Dólmen da Sobreda, em Sobreda.
A charmosa freguesia de Avô
Avô é das freguesias mais icônicas do concelho de Oliveira do Hospital. Por si só, Avô é encantadoramente bela, ao início da manhã sentimos uma pacatez típica das pequenas aldeias.
Ao longe uma das muitas casas de pedra, emana fumo pela chaminé, um contraste do quente da lareira com o frio que se fazia sentir cá fora. Este cenário paisagístico pode ser apreciado do miradouro Varandas de Avô.
Gostamos muito de deambular pelas ruas destas aldeias. E depois de algum tempo, ‘perdidos’ neste labirinto de ruelas deparamo-nos com as ruínas do castelo de Avô. Lá do cimo temos outra perspectiva sobre a freguesia.
De Verão, Avô enche-se de turistas, muito por causa da sua praia fluvial. Tivéssemos nós uma caravana, gostaríamos muito de pernoitar por aqui (ótima sugestão para os nossos amigos).
Em Avô ainda demos um saltinho à Capela de Nossa Senhora dos Anjos, a padroeira local. Na fachada da capela está São Tiago a segurar um cacho de uvas, que segundo os populares ‘São Tiago pinta o bago’.
Antes mesmo de seguirmos para uma outra localidade, atravessamos a ponte sobre o rio Alva e paramos mais à frente no coreto para apreciar uma última vista sobre Avô.
Aldeia das Dez
Vindos de Avô seguimos para a Aldeia das Dez. Chamam-lhe a aldeia miradouro, talvez pela vista provilegiada para as serras envolventes.
O seu povoamento remonta à época pré-romana e ainda hoje é possível observar ruínas desse tempo. Aqui o granito é predominante nas casas, no entanto a aldeia pertence à rede das aldeias de Xisto.
No seu património edificado destaca-se a igreja Matriz, que segundo populares dizem orgulhosamente o interior é dos mais bonitos em talha dourada. O Santuário de Nossa Senhora das Preces também conhecido como Monte do Colcurinho é de visita obrigatória. Segundo reza a história, Nossa Senhora das Preces apareceu a uns pastorinhos em 1371 no alto da serra do Colcurinho, transformando este sítio em local de peregrinação.
Devido à inacessibilidade a imagem de uma pequena ermida foi transferida para o local onde hoje em dia é o santuário e para a tradição manter-se, edificada uma capela.
Mas, o encanto da aldeia vai muito para além disso e hoje em dia, é muito procurada pelos seus percursos pedestres.
Para quem gosta de doçaria tradicional é aqui que se encontram os coscoréis e as cavacas confeccionadas à moda da Aldeia das Dez. Sugerimos que tragam para casa uma das deliciosas compotas da zona ou então um licor de medronho, fruto abundante da região.
Museu do Azeite
Para quem quer perceber melhor a história e produção deste alimento, que faz parte do dia-a-dia na nossa cozinha, não pode deixar de visitar o Museu do Azeite em Bobadela.
Sabiam que a oliveira é uma das árvores mais antigas do mundo, e o azeite já era usado pelos povos da Mesopotâmia. Embora não com a mesma utilidade culinária de hoje em dia.
No museu do azeite podemos encontrar peças únicas, colecionadas por António Dias promotor deste projeto. Uma das peças que cativou a nossa atenção foi o misterioso relógio a azeite.
O edifício onde está situado o museu do azeite foi desenhado de forma a enquadrar-se na natureza envolvente e onde as oliveiras imperam.
A estrutura tem o formato de uma oliveira. Sendo que, existem ainda várias salas dedicadas a cada um dos períodos da história do azeite, para além de contar ainda a moagem, prensagem e decantação.
Através dos ecrãs táteis, vídeos e pontos interativos a nossa visita ao museu foi tudo menos aborrecida. Se no final da visita ficar com fome, há um restaurante dentro do espaço, chama-se Olea e o nome alude à espécie de oliveira mais comum em Portugal. Não será necessário referir que aqui o azeite é rei, desde as entradas à sobremesa, sempre com vistas magníficas.
E para não sair de mãos a abanar, há que trazer para casa alguns dos produtos vendidos na loja do museu, nós optamos claro, pelo azeite e pela pasta de azeitona.
Horario: terça a domingo, das 10h-18h
Preço: 5€ adultos
Este roteiro contou com o apoio da CIM Região de Coimbra, um projeto co-financiado pelo Centro 2020, Portugal 2020 e União Europeia.