Apesar de estar aqui tão perto, não conhecíamos nada dos Açores. Aquele que é considerado segundo a Forbes: ‘o Hawai do Atlântico’, tem vindo a crescer em popularidade. Depois de visitar, queremos voltar novamente para conhecer ainda mais. Neste artigo deixamos o nosso roteiro em São Miguel, bem como todas as dicas, pontos de interesse e condições de entrada.
Como se deslocar em São Miguel
Sendo São Miguel a maior ilha dos Açores, é claro que as deslocações são mais demoradas.
Em termos de transportes públicos, apesar de existentes, não serão de todo a melhor opção. Isto porque, as zonas mais remotas ou mais turísticas podem não ser abrangidas por estes meios de transporte.
Para nós a melhor forma de visitar a ilha de São Miguel é através do aluguer de carro. Com isto, terá toda a liberdade para chegar aos principais pontos de interesse e locais mais remotos.
Existe várias agências de aluguer de viaturas, a maioria localizada no aeroporto em Ponta Delgada. A Hertz foi a nossa escolha para esta aventura pelos Açores. Para conseguir os melhores preços, nada como reservar antecipadamente.
O nosso veículo, um Opel Crossland, portou-se muito bem durante os dias que aqui passamos. Quer nas estradas secundárias ou mesmo nas subidas mais ingremes não tivemos qualquer problema.
De realçar que as estradas em São Miguel surpreenderam-nos pela positiva.
Onde ficar alojado em São Miguel?
Sendo São Miguel a maior ilha dos Açores, a oferta hoteleira é diversificada. Há partida pode ser mais fácil ficar alojado em Ponta Delgada, mas, uma vez alugado carro deslocar-se na ilha é extremamente fácil até porque as estradas estão e boas condições.
No nosso caso queríamos fugir da confusão de Ponta Delgada e procurar um recanto onde pudéssemos ter a verdadeira experiência açoriana.
Optamos por ficar alojados na Quinta das Amoras em Santo António de Nordestinho, pertencente ao concelho de Nordeste.
Recomendamos vivamente! Até porque nestes tempos pandémicos, aqui vão encontrar um recanto sossegado.
A Quinta das Amoras dispõe de uma casa e dois bungalows, todos eles devidamente equipados, incluindo uma cozinha e no exterior uma varanda panorâmica com churrasqueira.
Existe ainda no espaço envolvente um pomar e uma piscina da qual podemos usufruir nos dias de maior calor.
As reservas podem ser feitas através da página da Quinta das Amoras.
Visitar os Açores em tempos de Covid-19
O procedimento de entrada nos Açores, neste momento de pandemia é relativamente simples. À entrada é requerido um comprovativo com resultado do teste à covid-19 negativo.
Nota: O teste é condição obrigatória, sendo que podem realizar em Portugal continental até 72h antes ou à chegada aos Açores. Mas, na segunda opção terão que esperar pelos resultados sem sair do alojamento.
Nós realizamos nas 72h antes, num laboratório com acordo, pois o teste é pago na íntegra pelo Governo Regional dos Açores. Quando visitamos para estadias superior a 7 ou mais dias, era necessário repetir o teste ao 6º dia numa unidade de saúde açoriana gratuitamente.
Para mais informação sobre todas as medidas em vigor e os laboratórios com convecção podem consulta aqui .
Com o resultado negativo do teste, tivemos ainda que preencher o questionário da My Safe Azores, para agilizar o procedimento de entrada.
No aeroporto em Ponta Delgada, não se preocupem está tudo devidamente assinalado. Assim que desembarcamos, dirigimo-nos a um espaço onde foi verificada toda a nossa documentação e cerca de 5 minutos depois estávamos nós a entrar no carro para explorar São Miguel.
A nossa opinião é muito positiva de todo o procedimento, está tudo muito bem organizado.
Observação de Cetáceos nos Açores.
Qualquer viagem ao Açores pede obrigatoriamente um tour de observação de Cetáceos. Porque? Porque os Açores são um paraíso para quem gosta de vida marinha. Por vezes, procuramos em outros países este tipo de atividade e temo-la aqui tao perto.
A região tem um ecossistema com caraterísticas excecionais, obrigando mais de 20 tipos de diferentes cetáceos, sendo que um terço das baleias existentes estão na região.
A nossa preocupação ambiental, leva-nos sempre a pensar duas vezes quando realizamos certo tipo de atividades. E neste caso não foi diferente, não queríamos de maneira alguma realizar a observação de cetáceos com uma companhia onde achássemos que estávamos a colocar em risco a proteção animal.
Depois de uma exaustiva pesquisa e coleta de informação, a Futurismo foi a nossa escolha e não podíamos ter ficado mais contentes.
Porquê a Futurismo?
Antes de mais, é importante realçar que a Futurismo é uma empresa certificada pela organização mundial de cetáceos (World Cetacean Alliance), como empresa responsável de observação de cetáceos.
A Futurismo faz parte da TTC (The Transformacional Travel Council), em que o embaixador para Portugal é o Diretor Comercial e de Marketing, Carlos Picanço. A missão aqui é que o turismo seja processo de maneira positiva, ou seja, que todas as viagens sejam transformacionais.
Quando realizam tours, fazem investigação e recolha de dados. Estes são posteriormente processados para todos os investigados do mundo, uma partilha eficaz que ajuda a conhecer cada vez melhor a vida marinha.
A Futurismo vai muito para além da ciência e tem um papel ativo na educação, principalmente dos mais jovens. Desde as campanhas de sensibilização e aprendizagem nas escolas em São Miguel até à recolha de lixo com famílias.
São sempre muito ativos, e o mais recente projeto ‘Guardiões dos Açores’ vai permitir um papel ativo da comunidade açoriana na criação de conhecimento científico, enquanto exploram e protegem o que os Açores têm de melhor.
A inigualável Baleia-azul
No dia marcado para o nosso tour, a ansiedade dominávamos, muito pelo fato de podermos ver uma baleia azul. Mas, sem expetativas elevadas, antes das 9 horas da manhã estávamos nós nos escritórios da Futurismo.
O tour iria ser realizado em Catamaran, por preferência nossa. Com esta situação pandémica as medidas de segurança foram reforçadas e vimos o nosso Catamaran e ser limpo e desinfetado antes da partida.
De realçar que em momento algum nos sentimos inseguros, o uso de máscara a bordo é obrigatório, durante a viagem toda. No momento de entrada, foi medida a temperatura a todos os participantes, mãos desinfetadas e a capacidade do barco foi reduzida.
O tour é sempre acompanhado por vários biólogos marinhos e por isso, nós aproveitamos ao máximo para colocar todas as questões que tivéssemos.
Este tour foi realmente transformacional, porque para além da componente de lazer, tivemos também a oportunidade de aprender e ainda sentimo-nos de cesta forma úteis pois, em cada viagem é feita recolha fotográfica dos animais encontrados para posterior análise. Assim sendo, nós turistas também contribuímos indiretamente para todo este trabalho da Futurismo.
Alguns minutos depois do embarque, estávamos nós a ver golfinhos comum, e ainda conseguimos identificar um ‘black edition’. Isto é, um golfinho-comum mas que não possuía a risca lateral amarela como seus companheiros.
Pouco tempo depois, os cachalotes apareceram! Eram um grupo de 7 e estavam em descanso e a socializar.
Curiosidade: Sabiam que os cachalotes são os reis do mergulho. São exímios a mergulhar para se alimentarem, estando em média 45 minutos debaixo de água, embora já foram observados mergulhos com duração superior a 1 hora!
De repente, fomos surpreendidos pelo maior animal do mundo. Sim, a magnífica baleia-azul! Era notória a euforia de todos os presentes no Catamaran, mesmo até dos nossos biólogos.
Para nós, foi o auge de um momento tão esperado. Há algum tempo que temos planeado observar uma baleia-azul no seu habitat natural, o que acontece é que isto só é possível em alguns locais do mundo, os Açores é um desses locais.
Foi sensacional, deixou-nos sem palavras. Com isto, queremos dizer que às vezes procuramos fora o que podemos observar aqui no nosso Portugal. Não deixem isso acontecer, os Açores são ricos em vida marinha, e estão aqui tão perto. Vamos valorizar o que temos!
As fotografias tiradas neste tour podem dar a sensação de proximidade mas, a verdade é nunca nos aproxima-mos demasiado dos nossos amigos marinhos.
Para finalizar, ainda vimos novamente outro grupo de cachalotes, muitas caravelas-portuguesas, salpa, andorinhas-do-mar e cagarros.
Foi um dia muito produtivo no mar.
Petiscos em São Miguel – o que provar?
Já sabemos e muito bem que o nosso país destaca-se pela gastronomia. De norte a sul, há petiscos deleitosos para provarmos, e claro que os Açores não são exceção.
As restrições impostas à restauração não nos impediram de petiscar, e mesmo não podendo comer em restaurantes, encomendávamos. Já nos cafés a venda ao postigo era permitida por isso, aproveitamos.
Eis alguns dos exemplos da gastronomia que deve fazer parte de qualquer roteiro em São Miguel:
Ananás: é quase obrigatório, e pode ser encontrado em vários produtos açorianos. Nós gostamos dele simples.
Fofas de Povoação: típicos da vila de Povoação, muito semelhantes ao éclair. Estes recheados com creme de baunilha e coberto com chocolate. Nós provamos no restaurante, Pic Nic.
Bolos Lêvedos: uma espécie de pão, com um sabor adocicado. Vende em qualquer lugar nas Furnas, pois são típicos da zona.
Queijadas da Vila: podem encontra-las em Vila Franca do Campo, o local para comer é, apontem bem o nome, Queijadas do Morgado. São tão boas!!!
Cracas e lapas: uns pequenos petiscos que vão fazer as vossas delícias. Nós não somos grandes apreciadores, mas em São Miguel estão no sitio ideal para experimentar.
Cozido das Furnas: é o mais tradicional que vão conseguir provar. Para quem não quer cozinhar o seu, existem vários restaurantes nas Furnas onde podem tentar a vossa sorte.
Bife: Para quem gosta de um bom bife, aqui têm que lhe dar oportunidade. Infelizmente, não conseguimos provar o da Associação Agrícola de São Miguel que dizem ser muito bom.
Para além destes exemplos, há ainda alguns outros que gostaríamos de sugerir para quem tiver mais tempo na ilha. Por eles, passa uma visita ao Rei dos Queijos mesmo no coração de Ponta Delgada, nós trouxemos um belo exemplar do queijo de São Jorge.
Ainda em Ponta Delgada, ouvimos dizer que o Louvre Micaelense, esconde o Segredo. Não podem dispensar o bife de atum, iguaria de vários restaurantes; a bifana, num dos cafés históricos e o chicharro ou carapau, como lhe queiram chamar no Mané Cigano.
Para acompanhar não se esqueçam de uma cerveja de pressão na Lagoinha, um licor (nós gostamos do de ananás) ou simplesmente um chá.
Roteiro em São Miguel: o que visitar?
A ilha de São Miguel é a maior ilha dos Açores, e com tanto para explorar pode parecer difícil criar um roteiro que se ajuste ao tempo disponível que temos na ilha.
O truque é dividir a ilha por partes/zonas ou até por freguesias. Neste nosso roteiro em São Miguel, tentamos sempre que íamos para uma zona visitar todos os pontos de interesse que tínhamos marcado. Com isto não teríamos que voltar novamente.
Este roteiro em São Miguel pode facilmente ser adaptado de acordo com as preferências de cada um.
Ponta Delgada
É a porta de entrada em São Miguel, sendo que será talvez o local mais atarefado em termos de público, da ilha.
Por este motivo, não quisemos passar muito tempo aqui. Para rentabilizar, aproveitamos o dia da nossa chegada e demos uma volta pelo centro da cidade.
Dos principais pontos de interesse destacam-se:
- Portas da Cidade
- Gruta do Carvão
- Mercado da Graça
- Farol de Santa Clara
- Forte de São Brás
- Praia do Populo
- Plantação de Ananases
Ananases Arruda
Para além do queijo e do chá, os ananases são também um produto típico açoriano. Os Ananases Arruda contam com uma história com mais de 100 anos.
Na sua antiga propriedade de família, o Dr. Augusto Arruda criou toda a plantação de ananases de raiz,, para obter os melhores resultados de cultivo e para que os turistas pudessem visitar.
De enfatizar que esta já foi um dos maiores exportadores de ananases de todo o mundo.
A visita é gratuita, à entrada é-nos dado um planfleto com toda a explicação e história do local. Depois é só seguir viagem por cada uma das estufas, em que podemos acompanhar todas as fases de crescimento do ananás.
Tivemos ainda tempo para na gift shop provar gratuitamente um licor de ananás. E claro, não viemos de mãos vazias.
Dica: Para os grandes apreciadores de queijo, como nós, tem mesmo que visitar o Rei dos Queijos. Que tal como o próprio nome indica é mesmo o ‘rei’ dos queijos, dada a enorme variedade que tem no interior da pequena loja. Será que conseguem só trazer um queijo?!
Vila Franca do Campo
A localidade de Vila Franca do Campo é das mais populares e a que aparece em diversos roteiros em São Miguel. Tudo isto por causa do popular ilhéu com o mesmo nome.
A cerca de aproximadamente 500 metros da costa, o ilhéu é de origem vulcânica. A erosão marinha, os movimentos tectónicos e os assentamentos diferenciais suscitaram a sua forma atual.
Em 1983 foi classificado como Reserva Natural, para proteção da biodiversidade. O ilhéu é também zona de nidificação do cagarro, uma ave marinha protegida.
A fim de minimizar o impacto humano no ilhéu apenas é permitido 400 pessoas por dia.
Na nossa rápida passagem por aqui, desvendamos diversas praias, uma delas a do Degredo e visitamos a Ermida Quinhentista de Nossa Senhora da Paz, onde se tem uma vista panorâmica sobre a localidade. Esta foi reconstruída em 1764 e frequentemente restaurada ao longo dos séculos.
Furnas
As Furnas devem ser um dos locais mais incontornáveis da ilha. Por consequência tínhamos que inclui-la no nosso roteiro em São Miguel. Afinal, quem nunca ouviu falar do cozido das Furnas?
Para além do cozido, no centro da vila é possível deliciar-nos como os típicos bolos lêvedos. É uma espécie de pão, mas meio-doce, para saborear com manteiga, compota ou simples.
Localizada no concelho de Povoação, nas Furnas podemos observar manifestações de vulcanismo ativo, as fumarolas ou caldeiras.
A zona das Furnas é uma das mais ricas zonas da Europa em termos hidrológicos. Por este motivo, deparamo-nos com a existência de variada vegetação e um vasto repositório botânico. Aqui também se encontram uma grande variedade de águas termais e piscinas térmicas.
Como em todos os locais da ilha de São Miguel, os miradouros permitem apreciar as paisagens verdejantes de várias perspetivas. O nosso favorito foi sem dúvida o do Salto do Cavalo, que com a luz ténue de final da tarde deslumbrou-nos com vistas estonteantes.
Passar pelas Furnas significa uma paragem na Lagoa homónima, que apesar de não ser a mais bonita da ilha, promete um passeio fantástico.
Dos vários pontos de interesse das Furnas destacamos:
- Lagoa das Furnas
- Parque Terra Nostra
- Parque Grená
- Poça da Dona Beija
- Capela de Nossa Senhora das Vitórias
- Mata Jardim José do Canto
- Caldeiras das Furnas
- Cascata e Aquário das Furnas
- Miradouro do Pico do Ferro
- Miradouro Lombo dos Milhos
- Miradouro do Salto do Cavalo
- Miradouro das Pedras do Galego
O famoso cozido das Furnas
Nas margens da Lagoa das Furnas faz-se um dos cozinhados únicos do mundo: o cozido das Furnas. O acesso tem o custo de 3€ por pessoa.
Num dos pontos da lagoa existem pequenos buracos escavados no chão vulcânico, é aqui que são cozinhados os cozidos. Demoram cerca de 6 horas até estarem prontos, tudo através do calor geotérmico dos vulcoes. Há a possibilidade de confeção do próprio cozido, para o efeito basta ter os ingredientes e panela.
Para quem não quer ter esse trabalho e desfrutar do resultado final, aconselhamos o restaurante Tony’s no centro da vila.
Parque Terra Nostra
Qualquer roteiro em São Miguel que se preze, remete-nos de imediato para o Parque Terra Nostra.
Já recebeu vários prémios ao longo dos anos e chegou a ser destacado pela revista Condé Nast como ‘um dos mais belos jardins do mundo’.
Recuando na história, remonta à mais de duzentos anos atrás, quando o então Cônsul dos Estados Unidos da América em São Miguel, Thomas Hickling aqui construiu a sua residência de verão.
Só em 1848 e pela mão do Visconde da Praia, que adquiriu e construía a atual casa do Parque, o espaço ganhou vida. Posterior à sua morte, foi o Marquês da Praia e Monforte que embelezou a casa e criou o luxuriante jardim.
Apesar de durante alguns anos o Parque Terra Nostra ter-se degradado, foi anexado pela Sociedade Terra Nostra, sob a direção de Vasco Bensaude, aquando a abertura em 1935 do Hotel Terra Nostra. Anos mais tarde, e após restauração do espaço, todos podemos usufruir deste maravilhoso local.
No dia em que visitamos o Parque Terra Nostra a meteorologia não ajudou muito e estava chuvoso, mesmo assim ainda conseguimos uma aberturazinha.
Optamos por não ir a banhos no tanque de água termal, mas para quem o fizer é essencial que não tragam roupa de banho nova, pois a água férrea deixará a roupa com coloração.
À entrada é nos facultado o mapa do local, bem útil pois o espaço é enorme, embora esteja tudo bem assinalado.
Existem vários recantos, mas a distinção vai para as camélias, já que se trata da uma das maiores coleções do mundo.
Podemos ainda contar com:
- Coleção de Cycadales
- Coleção de fetos
- Jardim das Vireyas
- Canteiros de Azáleas
- Jardim de Flora Endémica e Nativa dos Açores
Nós gostamos imenso da avenida das ginkgo biloba, que nos remeteu para uma avenida digna de um filme. Lindo, lindo, e com o tempo chuvoso, deu ainda um toque de misticismo.
Preço: 8€ adultos
4€ crianças (3 aos 10 anos)
Horário: 10h30 às 16h30
Sete Cidades
A zona das Sete Cidades mereceu dois dias do nosso roteiro em São Miguel. Primeiro porque o tempo aqui é muito instável, e no primeiro dia não aproveitamos grande coisa. Mas, também porque a zona tem muito para ver e fazer.
Desde miradouros, lagoas, passando por trilhos, a localidade das Sete Cidades é tão completa.
Assim, mal chegados a esta parte da ilha, tiramos proveito dos vários miradouros, nos quais se incluía:
- Miradouro da Grota do Inferno (o mais popular e com as melhores vistas)
- Miradouro da vista do rei
- Miradouro da lagoa do canario
- Miradouro de candelária
- Miraoduro do pico do carvão
- Miradouro do pico do paul
- Miradouro da Lomba do Vasco
- Miradouro do cerrado das freiras
- Miradouro das cumeeiras
E com isto podemos dizer que somos os ‘reis’ dos miradouros. Sempre que víamos indicação de um, não resistíamos a parar.
No início da nossa jornada pela zona das Sete Cidades, visitamos o aqueduto do carvão. Sem perder muito tempo seguimos para a lagoa das Empadadas e lagoa Rasa, onde aproveitamos para fazer um trilho pedestre.
Nas proximidades existem outras pequenas lagoas como a lagoa das éguas, lagoa do caldeirão grande ou a lagoa de pau pique.
Continuando na mesma estrada, leva-nos a maior altitude, cerca de 800 metros em relação ao nível do mar e onde está a lagoa do Canário. Rodeada por florestas típica da macaronésia e plantações de criptomérias, conta ainda com o miradouro com o mesmo nome da lagoa.
Não obstante, um pequeno trilho resguardado leva-nos ao miradouro da Grota do Inferno. No dia em que fomos estava tão ventoso, que se não fosse pelas sublimes vistas que oferece sobre a lagoa azul e a lagoa verde, teríamos desistido.
Nesta zona e junto ao miradouro da vista do rei, encontra-se o hotel Monte Palace. Foi um dos empreendimentos mais luxuosos da ilha, hoje está num estado de degradação lastimável.
Já a descermos para a vila das Sete Cidades ainda deu tempo para uma pequena paragem na lagoa de Santiago.
Dica: Aproveitar para um piquenique junto das lagoas, irão encontrar vários parques de merendas para isso.
Parte Ocidental da ilha
Tiramos proveito do dia em que estivemos pela vila das Sete Cidade, fomos também explorar esta parte ocidental da ilha.
No nosso roteiro em São Miguel queríamos muito incluir a Ponta da Ferraria. Está é uma piscina natural no mar onde se pode tomar banho de água quente. A meteorologia não ajudou e deitou por terra a ideia.
O local é espetacular, e mesmo sem nos banharmos foi dos nossos sítios favoritos em São Miguel. Nas proximidades aproveitamos as vistas do miradouro da ilha Sabrina e do miradouro da Ponta do Escalvado.
Íamos com esperança de visitar o farol da Ponta da Ferraria mas, por causa da situação pandémica apenas podemos ver por fora. É o segundo farol mais antigo da ilha de São Miguel e o maior dos Açores.
No seguimento do nosso roteiro em São Miguel fomos até á localidade de Mosteiros, onde as formações rochosas na praia nos surpreendeu. Logo ali ao lado estão mais uma piscinas naturais, as do Caneiro.
Na volta para o nosso alojamento, localizado no Nordeste, decidimos incluir na nossa viagem uma breve passagem pela localidade de Santa Barbára, por Santo António, onde estão as piscinas naturais e o miradouro com o mesmo nome e pela localidade de Capelas.
Foi aqui que vimos uma formação rochosa incrível, chamam-lhe a Tromba do Elefante, pois assemelha-se a isso mesmo.
Nesta zona existem vários miradouros que nos dão oportunidade de observar a paisagística, são eles:
- Miradouro do Porto das Capelas
- Miradouro da Vigia das Baleias
- Miradouro do Sertão
- Miradouro do Navio
- Miradouro das Pedras Negras, provavelmente o melhor para observar a Tromba do Elefante
- Miradouro da Beira-mar
Descobrimos ainda umas piscinas naturais, os Poços de São Vicente Ferreira. Mas, não fomos ao mergulho pois o mar não estava convidativo.
Esta zona da ilha existem várias piscinas naturais, e logo na freguesia mais à frente, a Calheta estão os Poços das Calhetas – Calhau da Furna. No miradouro das Calhetas vimos um incrível nascer do sol, corria uma leve brisa jamais esqueceremos.
Lagoas, miradouros e chá
Já sabíamos previamente que os Açores eram uma imensidão de verde e por este motivo, queríamos incluir no nosso roteiro em São Miguel o máximo de lagoas e miradouros que puséssemos.
Aproveitamos para conhecer melhor a zona da Caldeira Velha e paramos em quase todos os miradouros que encontramos pelo caminho.
No final não esquecemos as plantações de chá e fomos às duas existentes na ilha.
Entre os miradouros visitados, foram:
- Miradouro da Chã da Macela
- Miradouro da Lagoa do Fogo
- Miraoduro da Bela Vista
- Miradouro da Coroa da Mata
- Miradouro da Ponta de Santa Iria
- Miradouro dos Barreiros
- Miradouro do Frade
Algumas das lagoas da parte interior da ilha que exploramos foi:
- lagoa do Congro, a qual é necessário caminhar por um pequeno trilho para chegar
- lagoa do Areeiro
- lagoa de São Brás
Lagoa do Fogo
Talvez seja a lagoa mais bonita da ilha de São Miguel, pelo menos foi para nós. É uma das maiores lagoas dos Açores e desde 1974 que está classificada como reserva natural.
A vegetação que a rodeia é exuberante, o local de uma beleza fenomenal. Por causa da sua localização, sendo a lagoa mais alta de São Miguel, aqui também encontramos várias espécies de pássaros.
Na lagoa do Fogo existe uma pequena praia com o mesmo nome, que pode ser alcançada através de um trilho. A mesma foi reconhecida como uma das 7 Maravilhas de Portugal na categoria de praia selvagem.
A melhor vista sobre a lagoa do Fogo é talvez do Miradouro do Pico da Barrosa. É ponto de paragem obrigatório, a vista que se tem sobre a lagoa deixa-nos abismados.
Caldeira Velha
A zona da Caldeira Velha merece mais atenção do que aquela que lhe demos. O nosso tempo não foi o suficiente, e no nosso roteiro em São Miguel, deixamos a Caldeira Velha para explorar melhor numa próxima viagem.
A Caldeira Velha é muito procurada não só pela sua diversidade de vegetação e fauna, mas também pelas suas águas quentes e termais.
Devido à abundancia de ferro a água possui uma cor acastanhada, tal como em outros locais da ilha. Proveniente de nascentes de água quente de origem termal, dizem ter propriedades medicinais.
No local para além das zonas de banhos e dos trilhos podemos encontram um Centro de Interpretação. De grande utilidade para quem quer conhecer melhor como foi formada a ilha, a sua biodiversidade, geodiversidade e geotermia.
Curiosidade: na zona da Caldeira Velha podemos conhecer a ave mais pequena da Europa, a estrelinha-de-poupa. É considerada uma subespécie endémica da ilha de São Miguel. De realçar que há a necessidade de um guia a acompanhar.
Chá Gorreana
Vir aos Açores e não proveitar para conhecer as plantações de chá é quase impensável. Para convencer, mesmo aqueles que não gostam de chá, deixem-me dizer que é o único local da Europa onde permite o cultivo, dadas as condições.
Para além disso, as plantações são qualquer coisa de extraordinário, é como entrar num mundo mágico.
O chá Gorreana é a mais antiga plantação de chá da Europa, cultivando e produzindo desde 1883. As tradições originais vindas do oriente estão já mantidas hà 5 gerações familiares.
No espaço podem visitar a fábrica e museu mas, também as plantações. Na fábrica e museu podemos observar as maquinas originais datadas de 1840, que ainda funcionam!
Por todo o espaço, o cheiro inebriante a chá deixa-nos com vontade de levar o produto para casa. Claro, que como amantes de chá foi o que fizemos. A Gorreana produz cerca de 33 toneladas por ano, sendo o chá 100% orgânico e colhido entre abril e setembro.
Apesar da fábrica e museu serem essenciais de visitar para percebermos toda esta origem do cha, ficamos um pouco desapontados por não havia ninguém para explicar todo o processo e guiar pela fábrica.
Por outro lado, as plantações de chá são qualquer coisa, passeamos ao longo dos campos verdes, perdendo a noção do tempo. Nós já visitamos plantações em vários países mas, estás da Gorreana foi das que mais gostamos.
Chá Porto Formoso
Não queríamos terminar o nosso roteiro em São Miguel sem visitar a Fábrica de Chá Porto Formoso. Mais uma vez, e juntamente com a Gorreana são as únicas do seu género na Europa a produzir chá.
A Porto Formoso possui também um espaço museológico. E aquando das visitas pode-se acompanhar as diferentes fases de produção do chá. Por causa da situação pandémica, as visitas guiadas não estão a ser realizadas nem a prova de chá.
Quando entramos fomos muito bem recebidos por uma colaboradora que nos mostrou um pequeno vídeo resumindo toda a história e processo de produção. No final, fomos convidados a visitar a sala onde se realiza as provas, mas não o podemos fazer por causa das medidas restritivas em vigor.
O espaço envolvente da Fábrica de Chá Porto Formoso é muito charmoso e ficamos com muita pena de não termos podido usufruir da maravilhosa esplanada com vista para as plantações de chá.
Bem, parece que vamos mesmo ter que voltar para um chá neste local encantador. Aos menos não viemos de mãos a abanar e connosco trouxemos algumas das variedades que têm.
Visitar o Nordeste da ilha de São Miguel
Nesta nosso roteiro em São Miguel escolhemos ficar no Nordeste da ilha. Talvez não seja a zona da ilha mais valorizada, mas para nós é das mais bonitas.
No Nordeste encontramos cabos e enseadas, paisagens de cortar a respiração. Aqui encontramos a paz e tranquilidade que necessitávamos nesta viagem.
A compor esta região estão os campos verdejantes onde as vacas ‘felizes’ pastam, para finalizar a moldura, as hortênsias e azáleas dão um ar da sua graça na primavera/verão.
Mais uma vez, exploramos todos os miradouros que podiam a começar por:
- Miradouro da Vigia das Baleias, aqui vimos um fantástico por-do-sol
- Miradouro Pedra dos Estorninhos
- Miradouro da Boca da Ribeira
- Miradouro da Ponta do Arnel
- Miradouro da Vista dos Barcos
- Miradouro da Ponta do Sossego
- Miradouro da Ponta da Madrugada, ótimo para o nascer do sol
- Miradouro da Tronqueira, para as melhores vistas da Serra da Tronqueira, do Pico da Vara e do Pico Verde
Seguindo viagem deste o nosso alojamento, em Santo Antonio de Nordestinho, encontramos o Parque Endémico do Pelado. Ainda nas proximidades podemos desfrutar das piscinas naturais da Boca da Ribeira.
No Jardim da Ribeira do Guilherme, deparamo-nos com uma abundante vegetação. O priolo, ave endémica de São Miguel, está por aqui, sendo que parte de jardim está incluída na Zona de Proteção Especial do Pico da Vara e Ribeira do Guilherme.
Fomos ver o nascer do sol ao farol do Arnel, e sem dúvida que foi uma excelente escolha.
Este foi o primeiro farol dos Açores, em 1876. Ao longo dos tempos tem sofrido obras de melhoria e adaptação. É um admirável exemplar, e merece mesmo uma visita, apesar que em tempos de pandemia não se pode entrar.
Um pouco mais à frente, está a Praia de Lombo Gordo, das mais conhecidas do Nordeste. Curiosamente, e por influência das correntes marítimas relacionadas com o assentamento de areias, a praia detêm um extenso areal nos primeiros 7 anos e nos 7 anos seguinte fica reduzida a metade da sua extensão.
Salto da Farinha
Localizada na freguesia de Salga, a cascata do Salto da Farinha foi das nossas favoritas. Com uma altura de 40 metros, é nos meses de inverno que tem maior fluxo de água.
No local existe um miradouro com o mesmo nome, mas a cascata só pode ser alcançada por um pequeno trilho passando pelo parque de merendas.
O nome da cascata provem da moagem de cereais que era feita no local, antigamente.
Visitamos ao final da tarde, e eramos os únicos no local, desta forma podemos aproveitar bem a beleza e harmonia desta cascata.
Nas proximidades está também o Poço Azul. O seu nome vem das suas águas azuladas e cristalinas que cativam os visitantes.
Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões
O Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões é um ‘segredo’ bem escondido no concelho do Nordeste.
Gostamos tanto do local, que acabamos por ir lá duas vezes. O Parque está localizado nos declives da Serra da Tronqueira e aqui podemos encontrar a Ribeira do Guilherme.
No local existe grande diversidade de fauna e flora, todos os espaços estão muito bem cuidados e inclusive existe uma zona de lazer onde é possível fazer um churrasco. Aliás, algo que nos deixou admirados foi estas zonas, estão por toda a parte, sempre bem equipadas e cuidadas, até lenha para o churrasco está à disposição.
No Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões existe ainda 5 moinhos de água, datados do século XVI. Estes classificados como Imóveis de Interesse Público, e alguns estão ainda em funcionamento.
Para além dos moinhos, uma das grandes atrações do parque é a suas imponentes cascatas, que podem ser observadas ao longo do percurso.
Concelho de Povoação
No concelho de Povoação a nossa primeira paragem no miradouro de Água Retorta. A freguesia com o mesmo nome, dizem ser a mais pitoresca dos Açores. Realmente, pela paisagem deixamos embasbacados.
Mais à frente na Alameda dos Plátanos, apesar do tempo não tem ajudado, foi um prazer visitar. As hortênsias ainda não estavam floridas, daí não haver tanta cor a contrastar.
Não tivemos tempo, mas o trilho também estava interdito por causa das chuvas, estamos a falar do Salto do Prego. A cascata está semi escondida no meio da floresta, o que a torna mágica.
Depois do Salto do Prego dois miradouros estavam à nossa espera:
- Miradouro do Pico dos Bodes
- Miradouro do Pôr-do-sol
No dia em que percorremos o Nordeste da ilha, decidimos incluir também no roteiro em São Miguel uma breve passagem pela Ribeira Quente.
Aqui aproveitamos as vistas do miradouro da Ribeira Quente e fizemos uma breve paragem na cascata homónima.
A sua origem é das nascentes no interior da ilha, dando as suas águas propriedades específicas. A cascata é de fácil acesso, apesar de estar localizada entre dois túneis.
Nós estacionamos o carro à saída do túnel (apesar de não ter parque de estacionamento) e percorremos a pé o túnel até chegar a um pequeno acesso à cascata.
A sua localização numa pequena garganta e a vegetação exuberante dá-nos a sensação de estar num filme do Jurassic Park. Foi fenomenal!
A nossa viagem aos Açores terminou da melhor maneira, e apesar de ser curta sentimos que aproveitamos este paraíso verde ao máximo. Estamos desejosos de conhecer mais ilhas dos Açores.
Para quem está a pensar viajar em tempos de pandemia, os Açores são uma ótima opção.