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Roteiro pelo Egito – na Terra dos Faraós

Com este roteiro pelo Egito podem planear a melhor viagem na Terra dos Faraós e descobrir o melhor que o país tem.
Tabela de Conteúdos

Planear um roteiro pelo Egito não é tarefa fácil. O país tem muito para conhecer, há muita diversidade cultural e histórica. É preciso ter em conta toda a logística, o tempo de viagem, as distâncias de um local a outros e principalmente o que se pretende pessoalmente com a viagem.

De qualquer maneira, a terra dos faraós é apaixonante, e merece ser visitada pelo menos uma vez na vida. Desvendamos aqui todo o no roteiro por este país misterioso, que nos deixa com vontade de voltar sempre que vemos algum dos muitos documentários na televisão.

Quando visitar o Egito?

O Egito é um país que pode ser visitado praticamente o ano inteiro. No entanto à que ter em conta as estações do ano e os períodos de calor intenso.

A melhor época para conhecer o país é entre outubro e março, as temperaturas estão mais amenas.

O verão, entre junho e agosto costuma ser extremamente quente e claro, o Natal e Páscoa são períodos muito procurados, pelo que os preços estarão inflacionados.

Nós escolhemos final de setembro, início de outubro para visitar por causa das temperaturas. Foi bastante agradável e mesmo no deserto não sentimos aquele calor intenso, à noite tivemos necessidade de um agasalho.

Viajar para o Egito em tempos de Covid-19?

Já sabemos que hoje em dia viajar requer pesquisarmos alguma informação previamente sobretudo por causa da situação pandémica.

Assim sendo, contatei a embaixada do Egito em Lisboa para saber quais os procedimentos. Relembro que a nossa viagem foi em Outubro de 2021, entretanto e como isto está sempre em constante mudança convém confirmar sempre com entidades oficiais.

Para entrarmos no Egito e vindo da Europa apenas necessitamos de:

  • passaporte válido (a ser carimbado à entrada no país)
  • declaração de entrada (funciona como o Passenger Locator Form na Europa)

À data da nossa entrada e como tínhamos certificado de vacinação válido não necessitamos de teste. É importante conferir também se o voo não for direto quais as restrições em vigor para o país que vão. Os nossos voos não foram diretos, para lá voamos para Itália e foram voos individuais, ou seja, tivemos que entrar na Itália e de lá seguimos para o Egito.

Para voltar compramos o voo da Turkish airlines como um todo, por outras palavras, o nosso voo era Cairo-Porto (com escala em Istambul). Na Turquia, não saímos do espaço internacional, o que quer dizer que neste caso as regras aplicadas à entrada em Portugal foi como tivéssemos vindo diretos do Cairo.

Tudo o que estamos a relatar aqui é mesmo muito importante, e não se limitem a confiar em todo o que se escreve, porque cada caso é um caso. Usamos o site da IATA para verificar as restrições. Contudo, confirmem sempre com fontes oficiais, de preferência por escrito para terem sempre provar, no caso tínhamos os emails trocados com as embaixadas. Vimos alguns passageiros a ficarem pelo caminho pois não tinham noção dos documentos fundamentais.

Hurghada

O nosso ponto de entrada no Egipto foi Hurghada. A localidade é muito turística, procurada principalmente para quem vai fazer atividades no Mar Vermelho.

O nosso objetivo aqui era mesmo esse, pelo que reservamos dois dias para fazer dois tours no mar vermelho.

Depois de pesquisarmos muito sobre o assunto, fizemos as tours com a Egypt Travel Guide. Eles são muito experientes nesta área e têm uma seleção grande de atividades para fazer em Hurghada. É ótimo porque abrange praticamente todo o tipo de público, desde casais a pessoas sozinhas que procuram atividades mais radicais, por exemplo. Reservas de tours podem ser feitas através do website ou para possibilidade de reserva rápida pelo número do WhatsApp (+2 011 005 98 980).

Para além disso, também foram muito amáveis em ajudar-nos em todo o processo de escolha de atividade, que honestamente estávamos muito indecisos.

Explorar o Mar Vermelho

Qualquer roteiro pelo Egito que se preze deve incluir uma visita ao mar vermelho. Afinal, o país é tão diversificado, não vive só de história e a prova disso é a imensidão de turistas que encontramos em Hurghada.

O nosso dia de tour começou com o motorista a levar-nos até ao cais de embarque para cruzar-mos pelo mar vermelho. Juntamente connosco estavam vários turistas, de várias nacionalidades. Uma vez no cais de embarque somos distribuídos por 3 barcos diferentes.

Estes barcos nada tem haver com os pequenos longtail da Tailândia ou os bangka das Filipinas. São bem grandes e espaçosos, com toda esta situação pandémica, o número de pessoas em cada um teve que ser reduzido para metade.

O mar vermelho é famoso pela diversidade de vida marinha, que incluí mais de 1000 espécies de invertebrados e cerca de 200 espécies diferentes de corais. Um autêntico paraíso para quem gosta de snorkelling e mergulho.

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Na nossa primeira paragem para snorkelling confessamos que ficamos um pouco desiludidos com o sítio, uma vez que não tinham assim tanto coral nem peixes. Depois continuamos viagem, e o objetivo era podermos avistar um grupo de golfinhos. Para nosso azar, apenas foi possível ver um golfinho solitário, que nadou a acompanhar o barco durante alguns minutos.

No último ponto de snorkelling tivemos mais sorte e o coral era bem mais surpreendente. O almoço foi servido no barco e posteriormente seguiu-se atividades aquáticas.

De volta ao cais de embarque, não gostamos da maneira como o pessoal do barco forçou a gorjeta. Já vínhamos preparados e sabíamos que no Egito pedem gorjeta para tudo e mais alguma coisa mas, lamentavelmente foi exagerado.

Passaram uma caixa entre todos os turistas e aguardaram que cada um de nós coloca-se a bem dita gorjeta. Isto definitivamente não é forma de fazer as coisas. Se gostamos do serviço de certeza que vamos dar alguma compensação. De referir que isto nada tem haver com a companhia a quem compramos a tour, pois o serviço é subcontratado a pessoal que tem barcos.

Abu Dabbab

O dia passado em Abu Dabbab foi o nosso favorito em Hurghada. De manhã bem cedo, o motorista que nos iria levar estava à espera à porta do hotel. O dia foi passado com uma rapariga bielorussa que viajava sozinha e era a primeira vez que estava no Egito.

Abu Dabbab é considerada reserva natural, está localizada em Marsa Alam, que ao que parece é excelente para snorkelling e mergulho.

Iamos à procura de coral bem mais intato, já que Abu Dabbad é conhecida pelo seu coral e peixes coloridos. Aqui também é possível nadar com as amigas tartarugas e se tivermos sorte, com dugongo.

Queríamos tentar a nossa sorte, uma vez que nas Filipinas não conseguimos nadar com dugongo. Mas, é preciso ter em mente que muitas vezes eles simplesmente não aparecem e não podemos culpar ninguém por isso. É mesmo assim a natureza. Por isso, ficamos gratos sempre que nos é possível ver um animal no seu habitat natural.

De Hurghada até Abu Dabbab são umas penosas 3h30, estradas no deserto são assim, demora sempre imenso tempo a chegar a qualquer lado. Ainda fizemos uma pausa, para esticar as pernas e abastecer o veículo. O nosso motorista gentilmente ofereceu-nos o pequeno-almoço.

Quando chegamos a Abu Dabbab não queríamos perder mais tempo e arranjamos umas espreguiçadeiras, pousamos as nossas coisas e fomos fazer snorkelling.

O mundo aquático sempre nos surpreende e desta vez foi pela positiva. O coral está genuinamente mais intato e é possível ver toda uma faixa de cor. Peixes de diferentes tamanhos e cores habitam o coral, afinal este é a sua casa, e até tartarugas vimos.

No entanto não podemos deixar de parte este sentimento de tristeza, pois ao ritmo que o nosso mundo está, corais como este não vão sobreviver assim tanto tempo.

Com o aquecimento global, tem-se verificado o chamado ‘bleaching’ do coral.

Bleaching

Quando os corais entram em stress por mudanças, como o aumento da temperatura, a luminosidade ou até os nutrientes, expelem as algas simbióticas que vivem nos seus tecidos o que faz com que estes fiquem completamente brancos.

Portanto, o coral que veem branco e até acham bonito, é na verdade coral que já está morto. É importante percebermos bem o que se passa, existe na Netflix um documentário muito bom chamado ‘Chasing Coral’ que explica muito bem tudo isto.

Apesar de tudo, li algures que em 2020 foi descoberto no Mar Vermelho um tipo de coral resistente ao aquecimento. Talvez seja uma esperança para os corais do mundo.

Para completar o nosso dia em Abu Dabbab, ao voltarmos para o hotel fomos lanchar/jantar a um restaurante típico egípcio. Isto acabou por revelar-se uma experiencia formidável uma vez que estando nós com alguém local foi-nos explicado os vários pratos e hábitos à mesa dos egípcios.

Restaurantes em Hurghada:

  • El Dar Darak
  • Starfish Seafood Restaurant
  • GAD

Foram aconselhados pelo nosso motorista de Uber, pois dissemos que queríamos ir comer onde os locais vão.

Luxor

Chegamos a Luxor vindos de Hurghada. A viagem de autocarro ficou a cargo da Go Bus, que detêm outras rotas no Egito.

Até Luxor, são quase 5 horas num autocarro em estradas pelo deserto. As viagens no Egito são demoradas. O autocarro tinha ar condicionado e os bancos eram confortáveis.

A maioria da população local não usa máscara e alguns estrangeiros também não mas, nós optamos por manter a nossa colocada dentro do autocarro.

Quanto aos bilhetes, o processo de compra pode ser feito online ou no próprio dia da partida na estação, o preço é o mesmo. Para duas pessoas pagamos cerca de 15€.

Em Luxor optamos por ficar alojados no Nefertiti Hotel. O hotel está muito bem localizado, com vista sobre o templo de Luxor, a avenida das Esfinge, o rio Nilo e o Vale dos Reis.

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Este é mesmo o melhor alojamento para ficar, bom preço, o quarto é pequeno mas, com todos os essenciais, a cama confortável, ar condicionado, e até nos deixaram fruta. À chegada ofereceram uma bebida de boas-vindas no seu restaurante no rooftop.

O restaurante é igualmente fantástico, com cerca de 100 anos, é um negócio de família passado de geração em geração.

A comida é tradicional, caseira, feita na hora e os produtos veem de produtores locais. Nos dias da nossa estadia em Luxor, fizemos todas as refeições aqui.

O staff do hotel é amigável, trataram-nos como família e tentaram sempre ajudar-nos em tudo o que precisássemos, inclusive com alguns dos nossos tours.

Ainda em Portugal, contatamos várias agências sediados no Egipto para alguns tours. No entanto a maioria delas, não parecia compreender o que queríamos, ao que estavam a tentar vender-nos packs pré-definidos ou até mesmo tinham alguma relutância em ajudar os itinerários à nossa necessidade.

Contatamos então a Magic Carpet Travel, através do Nefertiti hotel. O Mohamed foi espetacular, mais do que vendeu algo, ele queria que tudo fosse como idealizamos. Explicamos o que queríamos e mandamos o itinerário já definido, ao qual ele praticamente tratou de tudo. Foi a única agencia que contatamos que realmente ouviu-nos e por isso estamos gratos e recomendamos mesmo.

Deixamos aqui o contato no Whatapp do Mohamed (+201068642001) caso necessitem. 

Templos de Luxor

No dia da nossa chegada a Luxor não quisemos perder tempo e fomos logo explorar. O Nefertiti hotel oferece o pick up na estação de autocarros.

E ainda bem, porque mal saímos do autocarro parecia a ‘selva’, eram só motoristas a tentar que fossemos com eles. Assim que chegamos ao hotel, fizemos o check-in e já em cima da hora, fomos ao templo de Karnak.

Por 3€ (ida) a nosso pedido na receção, um motorista do hotel levou-nos até ao templo. Karnak é majestoso, talvez o elemento que melhor o distingue são as enormes colunas, algumas com hieróglifos bem preservados.

É um dos maiores templos do Egito e os trabalhos de restauração duram até aos dias de hoje. Atualmente, é um dos templos que mais turistas recebe e por esse motivo quando visitamos, estava repleto.

O bilhete de entrada, para visitas durante o dia, são 200 EGP (cerca de 10€). À noite pode ser admirado através do espetáculo de luz e som, o qual exige bilhete de entrada. 

Quando sairmos de Karnak tínhamos à espera múltiplas carruagens puxadas por cavalos. Os condutores colocam-se à entrada do templo para que quem saí seja quase ‘obrigado’ ao passeio.

Recusamos e viemos a pé até ao templo de Luxor. Foi das melhores decisões. Primeiro porque não concordamos com este tipo de atividade, e dissemo-lo várias vezes a quem nos estava a tentar vender o passeio. Segundo porque a avenida principal é plana e junto ao rio ao pôr-do-sol é maravilhosa. Se não tivéssemos caminhado nunca teríamos tido esta experiencia.

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Chegados ao templo de Luxor, este merece sem dúvida uma visita. Pode não ser tão grandioso como o de Karnak mas, apresenta grande importância, uma vez que é dos poucos monumentos do mundo que contém documentos das épocas faraónicas, greco-romana, copta e islâmica. Passou por diversas épocas históricas e civilizações, e foi utilizado para fins políticos e religiosos.

A entrada custa 160 EGP (cerca de 8€) e pode ser visitado até às 21 horas.

Dendera

No nosso itinerário pelo Egito sabíamos que tínhamos quase obrigatoriamente que incluir Dendera. Normalmente, quando se visita Dendera também se adiciona Abydos. No entanto, como as deslocações são morosas não conseguimos juntar os dois.

A viagem de carro demora quase 2h e fomos bem cedo, desta forma evitamos os tours organizados e tivemos o complexo todo quase só por nossa conta.

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A entrada em Dendera custa 120 EGP (cerca de 6,50€), e vale cada cêntimo gasto. É um dos complexos de templos mais bem preservados do Egito, o detalhe é incrível e pode-se ver ainda ver bastante cor ao longo das paredes, colunas e teto do templo.

Em Dendera existe o chamado Mammisi, ou pequena capela situada ao lado de um tempo maior. O nome não é de origem egípcia mas, sim copta.

O templo de Dendera é igualmente conhecido pela sua ‘lâmpada’. Num dos relevos vê-se homens a segurar algo que aparenta ser uma lâmpada elétrica, diversos detalhes são percetíveis como uma espécie de fio condutor e um cabo de conexão.

Num outro local do complexo, foi descoberto um relevo do zodíaco circular esculpido no teto. O original foi removido durante a invasão de Napoleão e encontra-se em França, sendo que atualmente permanece uma réplica.

Dendera é um local cheio de história e misteriosos, foi sem dúvidas dos templos que mais gostamos, ainda bem o decidimos inclui-lo no nosso roteiro pelo Egito.

Vale dos Reis

Depois de Dendera seguimos viagem do roteiro pelo Egito passando pelo Colossi of Memnon. As duas estátuas aqui expostas representam o faraó Amenhotep III, e seriam as guardiãs do templo funerário. Infelizmente, o templo foi destruído devido às inundações do Nilo

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Um pouco mais à frente estamos no Vale dos Reis. Aqui foram construídas as tumbas para os fáraos e poderosos nobres do Egito. A área é ainda hoje foco de explorações egiptológicas sendo que na atualidade possui 63 tumbas de diversos tamanhos.

A entrada no Vale dos Reis custa 240 EGP (cerca de 13€), dando a oportunidade de visitar 3 tumbas de entre as 8:

  • KV1 – Ramesses VII
  • KV2 – Ramesses IV
  • KV6 – Ramesses IX
  • KV8 – Merenptah
  • KV11 – Ramesses III
  • KV14 – Tausert-Setnakht
  • KV15 – Seti II
  • KV47 – Siptah

À entrada temos que adquirir o bilhete de tram, 4 EGP (cerca de 0,25€) que nos vai levar até às tumbas.

Para além destas tumbas incluídas no bilhete de entrada, podemos visitar outras com um custo adicional, são elas:

  • KV9 – Ramesses V & VI – 100 EGP (cerca de 5€)
  • KV17 – Seti I – 1000 EGP (cerca de 55€)
  • KV62 – Tutankhamun – 300 EGP (cerca de 16€)

É bem difícil a escolha, por isso pesquisem bem. Na nossa opinião pessoal, achamos que a tumba do Tutankhamun, e por ser a mais popular, é sobrevalorizada. Ao que a tumba de Ramesses V & VI vale bem o dinheiro extra, pois o detalhe é fantástico.

Hatshepsut

Não podíamos deixar de visitar um tos mais invulgares templos egípcios, o templo de Hatshepsut. A entrada fica 140 EGP (cerca de 8€).

Aquela que foi a segunda mulher faraó teve um papel muito importante no seu tempo, reinou cerca de 22 anos, numa era de paz e prosperidade económica. Deixou um legado de vestígios históricos até hoje. 

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Com muita pena nossa, não tivemos tempo para explorar melhor o Vale das Rainhas e visitar aquela que dizem ser uma das tumbas mais incríveis, a da rainha Nefertari.

A entrada fica dispendiosa, são 1400 EGP (cerca de 77€), as regras estão sempre a mudar por isso, pesquisem antes de ir. A tumba foi restaurada durante mais de 20 anos, estando fechada ao público, hoje em dia é possível visitar mas, apenas por um certo período de tempo e com limite de número de visitantes.

Aconselhamos também a verificarem sempre as regras para fotografia em todos os locais de visita no Egito. Na maioria das tumbas e templos é necessário pagar uma taxa extra para fotografar de máquina, mas de telemóvel é geralmente permitido com o bilhete de entrada.

Edfu, Kom Ombo

Após explorarmos Luxor, foi tempo de seguir o nosso roteiro pelo Egito, em direção a sul. O objetivo era chegar a Assuão mas, durante a viagem ainda fomos conhecer Edfu e Kom Ombo.

Edfu também apelidado de templo de Hórus, está ainda muito bem conservado. Porém, alguns dos seus relevos e imagens religiosas foram destruídos aquando da proibição do culto de imagens.

De relembrar que este templo esteve muitos e muitos anos enterrado em areia. Na entrada existem duas estátuas de Hórus na sua forma de falcão. Já no interior podemos ver um barco sagrado.

À semelhança de outros templos, em Edfu há um ‘Nilômetro’, este era conectado ao rio Nilo para medir os níveis das cheias. Tudo isto para determinar a quantidade de terra que seria cultivável e para definir quais os impostos a serem cobrados. A entrada fica 180 EGP (cerca de 9€)

Um pouco mais abaixo em direção a Assuão, chegamos a Kom Ombo. É o único templo duplo no país, ou seja, dedicado a dois deuses. Do lado oeste o templo honra Hórus e do lado leste o tributo é ao deus crocodilo, Sobek.

A sua estrutura conta com duas entradas, ligadas a um hall dividido por colunas com ilustrações dos dois deuses em cada lado.

A entada em Kom Ombo são 140 EGP (cerca de 8€) e podemos ainda visitar o pequeno museu adjacente onde estão exibidas múmias de crocodilos encontradas no local.

Assuão

Assuão é uma lufada de ar fresco, situada nas margens do rio Nilo a cidade é conhecida pelo seu granito vermelho, quartzo e dioritos que estão em vários templos egípcios.

Nos arredores da cidade existem vários monumentos que podem ser visitados. Assim como a ilha Elefantina, onde estão também localizadas as grandes cadeias de hotéis.

Na nossa rápida passagem por Assuão o que fizemos foi visitar os chamados highlights, a grande barragem de Assuão, o templo de Philae, o obelisco inacabado e a vila Nubia.

Grande Barragem de Assuão

A barragem está não muito longe do centro de Assuão e para entrar é necessário pagar 80 EGP (cerca de 4,50€). Sejamos sinceros, visualmente é mais uma barragem, o que tem de mais impressionante é o fato de criar um dos maiores lagos artificiais do mundo, o lago Nasser, que se entende praticamente até ao Sudão.

Junto à barragem está um monumento apelidado de ‘Flor de Lotus’, que celebra a cooperação entre o Egito e a Rússia (na altura URSS) na construção da barragem.

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A grande barragem de Assuão foi uma obra muito importante e ainda hoje o é, pois colocou término às cheias do Nilo e mudou a agricultura.

Com a construção da grande barragem de Assuão, diversos monumentos arqueológicos iriam ficar submersos. Depois da intervenção da UNESCO foram recuperados e reposicionados, como foi o caso dos templos de Abu Simbel.

Obelisco Inacabado

A área do obelisco inacabado pouco tem para visitar a não ser isso mesmo, um obelisco. Se tivesse sido terminado este obelisco seria o maior do Egito, com cerca de 41 metros.

Acabou por nunca sair do local onde está devido a um defeito no granito. Em todo o caso, formidável como eram capazes de mover algo como este obelisco, sem qualquer recurso a maquinaria moderna como hoje temos.

A entrada fica por 80 EGP (cerca de 4,50€).

Templo de Philae

O templo de Philae é daqueles locais para incluir imperiosamente no roteiro pelo Egito. É verdadeiramente fantástico.

A sua localização privilegiada assim o dita, posicionado na pequena ilha de Agilika, é também conhecido como o templo de Ísis, sendo outrora um dos locais de adoração da deusa.

Para chegar ao templo é necessário negociar barco, embora os pacotes turísticos já incluem. O passeio de barco até ao local são 5/10 minutos mas, a paisagem envolvente é fantástica. A entrada fica por 180 EGP (cerca de 9€).

O templo de Philae foi cuidadosamente relocado para o local atual para que não fica-se submerso com a construção da barragem.

Lenda de Ísis e Osíris

Ísis e Osíris, que podemos ver em muitas das ilustrações no templo de Philae, viveram uma das mais bonitas e trágicas histórias de amor.

Segundo a lenda, Set irmão de Osíris assinou-o por inveja depois deste ter herdado o reino do pai. Set concebeu um plano para matar o irmão e ficar com todo o seu poder. Enquanto Osíris dormia, Set tirou-lhe as medidas e mandou construir um sarcófago.

Posteriormente, organizou um banquete e lançou um desafio: que quem conseguisse acomodar-se no sarcófago, ganhá-lo-ia de presente. Muitos tentaram e falharam, pois este estava arquitetado para Osíris, e assim que entrou Set fechou imediatamente o sarcófago e atirou-o ao Nilo, matando o irmão.

Ísis desgostosa com a perda do marido, procurou-o por todo lado, recuperou o sarcófago e escondeu-o de Set, que mais uma vez descobriu tudo e esquartejou o corpo de Osíris em 14 partes enterrando-as em diferentes locais do Egito.

Eventualmente, Ísis acabou por reaver quase todos os restos mortais de Osíris menos o seu órgão genital. Por causa dos seus poderes, Ísis viria a gerar um filho de Osíris, Hórus.

Ísis enterrou o coração de Osíris na ilha de Bigeh, a qual frequentava assiduamente e num local perto, na ilha de Philae foi erguido um templo para homenagear Ísis, ficando os dois amados eternamente juntos.

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O templo de Philae está carregado deste simbolismo, contando em cada parede um detalhe da história de amor de Ísis e Osíris. É impossível ficar indiferente a tanta história e romantismo do local.

Passeio no Nilo e Vila Nubia

Não podíamos planear o nosso roteiro pelo Egito sem incluir um passeio naquele que é o ex-libris do país, o rio Nilo. Na verdade a maioria dos turistas incluí um cruzeiro passando por várias localidades.

No entanto nós preferimos um pequeno passeio de barco que nos leva-se até à vila Nubia.

O tradicional seria realizarmos o passeio num feluca. Que é designadamente a embarcação tradicional egípcia, feita de madeira e utiliza a vela. Porém, o passeio foi concretizado em outro barco uma vez que a vila Nubia era ainda distante do ponto onde estávamos.

Optamos por ir ao pôr-do-sol e revelou-se uma ótima escolha. Arriscamos mesmo dizer que valeu mais o passeio de barco do que propriamente a vila Nubia.

As cores estavam sensacionais, a contrastar com a calmaria do Nilo, embora que o reboliço de turistas nas embarcações fizessem a diferença.

O Nilo divide Assuão em duas margens e também em pequenas ilhas. Do nosso barco podemos contemplar alguns locais como, o mausoléu de Aga Khan, o mosteiro de S. Simeão e a ilha Elefantina.

O povo Núbio é dos mais antigos de África, vivem nesta margem do Nilo em pequenas vilas.

Mal atracamos o barco à entrada da vila Nubia começaram logo os assédios aos turistas para comprarem alguma coisa. Ficamos um pouco desiludidos com todo o ambiente na vila, estávamos à espera de algo mais genuíno, mais tradicional e na verdade, parecia todo montado para turistas.

O nosso guia e amigo Mansour disse-nos que à 10/20 anos atrás não era nada daquilo. Recorda-se de ir à vila Nubia, havendo poucos turistas por perto, as pessoas eram afáveis, tinham os seus negócios e pouco se importavam com os turistas. Aliás, gostavam de mostrar a sua cultura, as suas tradições.

Hoje em dia isso parece um pouco perdido, o fato do turismo massificado ter chegado aqui levou a que muitas das pessoas que aqui tem bancas para vender artigos nem núbias sejam. É de fato algo triste que o turismo incute.

Fomos por entre as ruelas da vila conhecer um pouco melhor, as casas chamam a atenção por causa do seu formato e as suas cores vivas. Muitas tem cúpulas ovaladas e murais pintados nas paredes exteriores. Há carcaças de crocodilos colocadas nas portas, muito provavelmente para proteção.

Acabamos por não passar muito tempo na vila Núbia por causa do constante assédio aos turistas para comprarem algo. Voltamos ao barco e depois de mais um passeio pelo Nilo, chegamos novamente a Assuão.

Abu Simbel

Não podíamos deixar de incluir no nosso roteiro ao Egipto, Abu Simbel. Estes templos majestosos são um dos ex-libris do país e apesar de estarem numa localização não tão fácil de chegar, a procura turística é imensa.

Nós visitamos de manhã, saindo bem cedo de Assuão, para evitar demasiados turistas e o calor intenso. O bilhete de entrada fica por 240 EGP (cerca de 13€) sendo necessário pagar ainda 15 EGP (cerca de 0,80€) para o Sindicato dos Guias Turísticos.

Os templos de Abu Simbel, demoraram cerca de 20 anos a ser concluídos e estiveram enterrados na areia durante muito tempo. Com a construção da Barragem em Assuão os templos tiveram que ser relocados para uma zona mais alta. Foi um trabalho complexo, com a ajuda da UNESCO, que começaria em 1964 e acabaria em 1968. Foram cortados meticulosamente grandes blocos, desmontados, içados e remontados no novo local.

Ainda hoje é considerado um dos maiores desafios da engenharia arqueológica da história. Para quem visita é difícil perceber que esta não era a localização inicial.

O complexo é composto pelo templo de Ramses II, com a sua colossal fachada ladeada de quatro estátuas com 20 metros de altura talhadas diretamente na rocha. Ao lado, está o templo de Nefertari, de tamanho inferior mas, de similar beleza. Na fachada estão talhadas seis figuras de 10 metros, representando o rei e a sua rainha. Curiosamente, é um dos poucos exemplos em que a as duas estátuas têm o mesmo tamanho.

O eixo do templo de Ramses II foi posicionado para que ao dia 21 de fevereiro e 21 de outubro de cada ano, os raios de sol penetrem o santuário e iluminem as estátuas aí dispostas, com a exceção de Ptah, o deus do submundo. 

Na maior parte do nosso roteiro pelo Egito, especialmente em Luxor e Assuão tivemos a ajuda da Magic Carpet Travel, que nos disponibilizou o melhor motorista e o melhor guia de sempre. Duarante os dias que passamos juntos aprendemos muito, uns com os outros.

O nosso motorista, o Mammoth sempre conduziu com cuidado e levou-nos a conhecer o melhor do Egito. Já o nosso guia Mansour foi espetacular, estudou história e arqueologia desde muito novo, e o seu conhecimento é vasto. Gostamos imenso de ouvir cada pedaço de história, para além disso sempre nos deu liberdade para explorar-mos por nossa conta os locais visitados.

Desta forma, aliamos o conhecimento à auto investigação. Foi sem dúvida dias bem passados pelo Egito.

Comboio noturno Assuão-Cairo

Deslocar-se de Assuão para o Cairo não é fácil, uma vez que estamos muito a sul. Assim, existem duas opções: avião ou comboio.

Como o preço dos voos não era convidativo e queríamos ter uma experiência diferente optamos pelo comboio noturno, que nos permitiu também poupar no alojamento.

Confessamos que os bilhetes não são os mais baratos, pagamos 160 € para os dois, já com as refeições incluídas e uma cabine só para nós. O processo é todo ele simples, para a compra dos bilhetes fizemo-lo através da Watania, uma vez na estação basta mostrar o bilhete e somos encaminhados para o comboio.

A cabine de comboio era bastante agradável, com duas camas beliche para termos uma noite tranquila. Nas refeições podemos optar por light, hot ou vegetariano, nós pedimos light. Tivemos direito a vários produtos cerca de 1 a 2 horas depois do embarque, de manhã antes de chegarmos ao Cairo tivemos ainda direito a pequeno-almoço.

Não temos nada a apontar nesta viagem, é seguro, confortável e fomos muito bem recebidos, com certeza que repetiríamos a viagem de comboio.

Cairo – tour pela cidade

O nosso roteiro pelo Egito não estaria completo sem visitarmos a capital, o Cairo. Mal chegamos, e aproveitando a ‘boleia’ do hotel onde estávamos alojados, o Panorama Pyramids Inn, fomos logo explorar cada recanto.

O nosso primeiro destino foi a Cidadela de Saladino, que oferece uma vista privilegiada sobre a cidade. A entrada custa 180 EGP (cerca de 9€) e incluí também a Mesquita de Mohamed Ali.

A Cidadela foi edificada por Saladino para proteger a cidade dos ataques das cruzadas. Como era um dos locais mais seguros, serviu de sede do governo por quase 700 anos. Embora diferente da original, a Cidadela continua a surpreender

Ainda no seu interior, a imponente Mesquita Mohamed Ali deixa qualquer um boquiaberto. Construída de forma quadrada, dispões de uma cúpula central com 52 metros de altura.

Todavia o fato mais interessante, talvez seja os dois minaretes cilíndricos, com 84 metros de altura. Toda a mesquita é revestida de alabastro com ornamentos dourados. No exterior, encontra-mos um pátio com uma fonte de abluções e um relógio de cobre rendilhado oferecido pelo rei Luís Filipe de França em 1845.

Seguimos a nossa viagem até ao mercado mais famoso do Egito, o Khan El Khalili. A sua origem data de 1382, quando era um importante local para os comerciantes da região. Atualmente, várias lojas de artesanato e cafetarias compõem o mercado, e são procuradas pelos turistas quer para descansar, quer para comprar uma lembrança do Egito.

Nas proximidades descobrimos várias mesquitas, como a mesquita de Al-Azhar e a mesquita de Al-Hussein.

Para finalizar o nosso dia, conhecemos a Hanging Church (Igreja Suspensa). Integra-se na parte velha do Cairo, chamada de Cairo Copta, que engloba para além desta igreja, a fortaleza de Babilónia, o museu copta, a igreja de São Jorge assim como outros sítios históricos.

A igreja é por si uma construção surpreendente, localizada sobre as ruínas da fortaleza de Babilónia. Nos dias que correm, é um dos pontos mais importantes da igreja ortodoxa. O seu interior contem 110 ícones, os mais antigos datam do seculo VIII.

Alguns das suas caraterísticas mais significativas são, o teto em madeira em forma de arca de Noé, a porta incrustada de marfim e talha que leva a um batistério de granito rosado do século V, o altar de mármore e os seus mosaicos. A Hanging Church tem ainda nove altares. A entrada é gratuita.

Complexo de Giza

Neste sítio arqueológico podemos encontrar a esfinge mas, também as pirâmides. Consideradas, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, as pirâmides faziam parte do nosso imaginário desde miúdos.

Dica: Procurem ficar num hotel mesmo à beira da entrada. Primeiro porque são baratos e com boas condições, e depois porque permite visitarem logo na abertura que será sem dúvida o melhor horário.

Ficamos alojados no Panorama Pyramids Inn, é ótimo pois está a uns metros da entrada e porque do rooftop conseguimos ver as pirâmides.

Eram 8h da manhã e estávamos a entrar no complexo de Giza. O bilhete custa 200 EGP (cerca de 10€), todas as visitas ao interior de qualquer uma das pirâmides são pagas à parte.

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Logo na entrada do complexo, somos bafejados com a Esfinge. Apesar de já bastante deteriorada não deixa de ser fascinante, a criatura mítica com corpo de leão e cabeça humana, representando o faraó Khafre.

Está orientada de oeste para leste, em direção ao nascer do sol, de acordo com o antigo culto solar egípcio. As especulações sobre câmaras escondidas debaixo da Esfinge duram até aos dias de hoje. Será verdade?!

Alguns minutos a contemplar a Esfinge, e é impossível não divagarmos na história e ficarmos a imaginar como seria na altura em que foi construída. Locais como este, deixam-nos sempre pensativos.

Avançamos para as pirâmides, e é importante referir que uma vez dentro do complexo, lá vem a malta perguntar se querem andar de camelo ou de carruagem puxada por cavalos. Recusamos vezes sem conta, e continuamos a pé. Ficamos triste por ver muito poucas pessoas a fazer o mesmo que nós.

A verdade é que não custa nada andar a pé pois estava agradável, e se não o tivéssemos feito nunca teríamos visto o que vimos, nem tirado as fotos que tiramos de ângulos diferentes.

É degradante ver este tipo de atividade turística, não cooperem com isto. Estamos em pleno século XXI e existe outras formas de deslocação sem que isso ponha em causa a vida animal. Porque não utilizar bicicletas dentro do complexo?! Nós não nos importaríamos de pagar uma taxa extra para esse efeito. Ou talvez utilizarem o tram como em outros locais.

De volta às pirâmides, acredita-se que estas foram construídas para abrigar os restos mortais dos faraós. As três principais são:

  • Pirâmide de Khufu (a maior de todas)
  • Piramide Khafre (a seconda pirâmide)
  • Piramide de Menkaure (a mais pequena das três)

Cada uma das pirâmides é parte de um complexo maior onde se incluí outras pirâmides mais pequenas chamadas de ‘pirâmides das rainhas’, barcos solares, templos, e outras caraterísticas.

Ter a oportunidade de visitar um local como este é indiscritível. Quantas vezes vimos documentários da National Geoghraphic e sonhávamos em estar aqui? Que emoção! 

As pirâmides fazem parte de qualquer roteiro pelo Egito, desta forma às 10 horas da manhã eram autocarros de turistas a chegar. Ainda bem que fomos cedo e conseguimos desfrutar da tranquilidade do local.

Saqqara, Dashur & Memphis

Depois de passarmos a manhã praticamente toda no Complexo de Giza, de tarde rumamos a Saqqara, Dashur e Memphis.

Na nossa primeira paragem, em Saqqara, a cerca de 30 km a sul do Cairo, descobrimos a Pirâmide de Djoser.

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Apresentando-se num formato diferente, em degraus, esta é considerada a primeira pirâmide do mundo e por consequência a estrutura de pedra mais antiga que existe. O estado de degradação é bastante evidente mas, não podemos esquecer o quão antigo é esta estrutura.

Neste complexo arqueológico subsiste ainda outras pequenas pirâmides e tumbas de nobres e governantes como, Mereruka, Kagemni, Ankhmahor, Idut e Ti. Saqqara foi local de culto da Deusa Bastet, como denunciam as milhares de múmias de gatos aqui encontradas.

Para entrar em Saqqara é necessário pagar 180 EGP (cerca de 9€)

Um pouco mais distante de Saqqara está Dashur, um local interessante para se visitar. As excursões incluem habitualmente Saqqara, Dashur e ainda Memphis no mesmo dia.

No local podemos encontrar várias pirâmides que serviram como túmulo de reis do Antigo Egito. As duas mais importante são a Pirâmide Curvada e a Pirâmide Vermelha. Aqui também foram feitas relevantes descobertas arqueológicas como seis barcos de madeira (barcos solares).

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Acredita-se que as Pirâmides de Dashur foram fundamentais para aprendizagem sobre a construção de pirâmides. Foram fonte de conhecimento para a posterior edificação das pirâmides em Giza.

A Pirâmide Curvada deve o seu formato a um erro de cálculo aquando a construção. É também especial porque possui duas entradas, uma a norte e a outra a oeste. É uma das mais bem conservadas do Egito, talvez devido aos seus enormes blocos de pedra e como foram colocados.

Insatisfeito com esta pirâmide o Rei Sneferu ordenou a implantação da Pirâmide Vermelha. Quando foi criada era a maior do país, julga-se que terá sido a primeira pirâmide com os lados lisos. O seu nome deve-se ao calcário vermelho usado.

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No local foi descoberto um raro espigão que até hoje não se sabe para o que foi realmente usado. É possível entrar no interior da pirâmide mas, não aconselhado a claustrofóbicos devido aos seus longos e estreitos corredores.

O bilhete de entrada em Dashur custa 60 EGP (cerca de 3€) e incluí a entrada na Pirâmide Vermelha.

O último local da nossa visita neste dia foi Memphis, aquela que terá sido a primeira capital do país. Na altura era um importante centro político e religioso, cidade da coroação dos faraós e lugar de veneração ao deus Ptah.

No museu de Memphis, o qual podemos visitar, encontram-se dezenas de relíquias do país com principal destaque para duas delas: o Colosso de Ramsés II e a Esfinge de Alabastro.

O Colosso de Ramsés II é o melhor que se pode contemplar neste museu. Apesar de lhe faltar duas pernas, a estátua mede uns impressionantes 13 metros de altura, sendo bastante detalhada.

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Está estátua mostra o quão habilidosos eram os escultores egípcios, o polido da superfície é tão perfeito que até hoje não se sabe ao certo a técnica que foi usada.

Uma das maiores curiosidades é como terá sido transportada e erguida visto a sua dimensão. Desde a sua descoberta pelo arqueólogo italiano Giovanni Caviglia foi oferecida como doação várias vezes, uma delas ao Museu Britânico, que recusou devido aos custos e dificuldade em enviar a enorme estátua para Londres. Permanece assim, até hoje no museu construído para protegê-la.

No espaço exterior do museu, a Esfinge de Alabastro não deixa de ser espantosa, mede cerca de 4 metros de altura, 7 de largura e pesa cerca de 80 toneladas. Foi esculpida a partir de uma peça única de alabastro e pensa-se que seja a representação da rainha Hatshepsut.

A entrada em Memphis custou-nos 80 EGP (cerca de 4,50€).

Museus no Cairo

O Cairo é bem conhecido não só pelas pirâmides mas, também pelos seus museus. Nenhuma visita fica completa sem incluir pelo menos um.

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Como no nosso último dia o voo de volta era só de madrugada, aproveitamos para conhecer dois museus no Cairo. Foram eles:

  • o Museu Egípcio
  • o NMEC (National Museum of Egyptian Civilization)

Nota: Não confundir com o tão aguardado GEM (Grande Museu Egípcio). Infelizmente, a abertura tem sido constantemente adiada. Está projetado para ser um dos maiores, mais modernos museus do mundo, albergando mais de 100 mil artefactos.

O Museu Egípcio é até agora o museu mais importante do país. Na sua coleção conta com inúmeras antiguidades egípcias, retiradas de escavações por todo o Egipto.

É também um museu muito antigo, datado de 1858. Várias coleções estão organizadas ao longo das numerosas salas, embora muitos artefactos já foram transferidos para o GEM. 

A coleção mais atrativa é claro a do faraó Tutankhamun, que dispõe de uma sala própria onde não podemos fotografar nenhum dos artefactos expostos. Está incluída no bilhete de entrada.

Para nós o auge desta exibição é a máscara mortuária de Tutankhamun, foi restaurada e os detalhes são qualquer coisa de extraordinário.

Para quem não pode visitar, em casa é possível realizar uma virtual tour. Vejam tudo aqui.

O NMEC pode não ser dos museus mais visitados mas, devem inclui-lo no vosso roteiro pelo Egito. Porque? É bastante completo e informativo, para além de ter uma sala de exposição de múmias.

O museu é recente, foi inaugurado em 2021, e exibe diversos artefactos da antiga civilização egípcia, retratando o seu desenvolvimento deste a era mais antiga até à moderna.

O Mummies Hall é a sala mais prestigiada do museu, onde estão dispostas as 20 múmias reais, a qual a maior parte dos turistas que aqui vem quer visitar. É estritamente proibido fotografar e filmar no seu interior, os seguranças estão sempre atentos a movimentações indevidas.

Sinceramente, o importante é mesmo verem com os vossos próprios olhos, porque fotografia ou vídeo não faz jus ao que vimos.

Das múmias mais conhecidas aqui dispostas estão Hatshepsut, Ramses II e Thutmose III.

É empolgante de ver pormenores como cabelo, ou unhas num estado de conservação considerável. Estamos a falar de múmias com milhares de anos! Foi sem dúvida das coisas mais sublimes que vimos no Egito.

Os bilhetes para os museus podem ser compradas à entrada de cada um e ficam por:

  • Museu Egipcio – 200 EGP (cerca de 10€)
  • NMEC – 200 EGP (cerca de 10€)

White Desert

Uma das atividades que mais ansiávamos era ir ao deserto por isso, aproveitamos a oportunidade e adicionamos no nosso roteiro pelo Egito o White Desert.

Podemos dizer que passar uma noite no deserto não é para todos, aqui não há hotéis de 5 estrelas nem restaurantes chiques. Porém, esta é das experiências mais ‘luxuosas’ que se pode ter. Que privilegio poder ver um céu estrelado incrível, nós queremos repetir tudo.

O nosso tour para o White Desert começou bem cedo no Cairo, onde o motorista que nos veio buscar ao hotel encaminhou-nos na estação de autocarros para o autocarro público em direção ao oásis de Bahariya. Não estavamos sozinhos, mais estrangeiros iam no mesmo autocarro juntamente com a população local que foi amigável e tentou sempre ajudar, apesar da barreira linguística.

Uma vez em Bahariya, o nosso guia beduíno (requisito obrigatório para quem vai para o deserto, uma vez que eles conhecem as terras melhor que ninguém) estava à nossa espera com o veículo apropriado.

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Antes de seguirmos viagem, uma pequena paragem técnica para almoçar. Os tours ao White Desert normalmente são individuais, uma vez que a logística é grande. Mas, o nosso foi dividido com um americano de origem Queniana, bastante simpático e divertido, foram tempos bem passados.

Avançamos para o Black Desert, um local formado por montanhas de origem vulcânica. O chão é preto composto por pequenas pedras de igual coloração. O cenário é incrível, todo ele desabitado, parece saído de um filme de ficção científica.

Pouco tempo depois, chegamos ao local de cultivo no deserto. Parece estranho mas, engana-se quem pensa que o deserto não pode ser cultivado. Com bombas de extração de água é possível aproveitar o que a terra dá e parte dos frutos e legumes que se como nas proximidades vêm precisamente do deserto. Foi interessante e educativo, pois tal como a maior parte das pessoas tínhamos a perceção errada destas terras.

Entre o Black Desert e o White Desert fica ainda a Crystal Mountain. A vista é maravilha, e o seu nome provém das suas rochas, que apesar de não ser cristais puros, são de barita um mineral de sulfato de bário menos duro que os cristais.

Rumamos deserto adentro, o nosso guia, Reda possui umas impressionantes habilidades de condução. Não é fácil conduzir no deserto, ao mínimo desaire podemos ficar preços na areia. Antes de chegarmos ao White Desert ainda tivemos tempo para praticar sandboard, e visitar o vale de Agabat.

A zona é surreal, por momento e enquanto percorríamos o sítio a pé parecia que estávamos num filme da Guerra das Estrelas ou algo similar. Várias formações rochosas de calcário estão dispostas ao longo do deserto, é algo difícil de transcrever em palavras.

Depois de quilómetros feitos chegamos finalmente ao tão esperado White Desert. Enquanto o nosso guia montava acampamento podemos explorar a zona e ver um espetacular pôr-do-sol. Assim que anoiteceu, o jantar foi preparado e servido à volta da fogueira que foi acendida para que pudéssemos aquecer. Não se deixem enganar, o deserto é bem frio à noite.

O sono tardou em chegar pois a conversa era boa e o céu estava qualquer coisa de indiscritível. Tiramos fotos e mais fotos, ficamos acordados até de madrugada a olhar o céu, que noite extraordinária, prometemos voltar ao deserto.

De manhã, o pequeno-almoço foi servido e ainda tivemos tempo para aproveitar mais um pouco do White Desert. Seguidamente foi tempo de voltarmos ao Cairo. O White Desert foi uma das maravilhosas surpresas deste nosso roteiro pelo Egito. Se estiverem a planear uma viagem ao país devem incluí-lo nos vossos planos.

Em suma o Egito acabou por revelar-se um destino surpreendente, onde há muito para descobrir. É um destino intemporal, e para se visitar pelo menos uma vez na vida.

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